Um policial civil do Rio de Janeiro foi acusado de estuprar uma mulher dentro de uma delegacia. A vítima teria registrado um boletim de ocorrência contra seu namorado quando a violência sexual aconteceu.
Segundo o G1, o caso aconteceu na madrugada da última terça-feira (04/04), onde o policial teria levado a vítima para uma espécie de quarto na 12º Delegacia Policial de Copacabana. O agente teria ameaçado o ex-companheiro da vítima e teria condicionado a soltura do homem em troca de sexo. Ao ter negado, o agente teria forçado a relação sexual. A mulher também alega que durante a violência sexual, o policial usou uma arma de fogo para ameaçá-la.
A mulher, que teve sua identidade preservada, de 25 anos, disse que o agente também a agrediu fisicamente durante o ato sexual, apertando-a pelo pescoço. Ela também revelou que o policial tinha camisinhas no local.
A vítima também revelou que após a violência sexual, o policial civil começou a enviar mensagens. O G1 teve acesso ao conteúdo e em um trecho, o agente elogiou as partes íntimas da vítima.
Após o abuso sexual, a vendedora de 25 anos buscou atendimento na Delegacia de Atendimento à Mulher do centro do Rio de Janeiro para prestar uma nova ocorrência. Em seguida, ela foi encaminhada para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal do Centro, onde foram encontrados vestígios de “violência por ação contundente”, mas segundo o laudo pericial assinado pela perita legista Denise Macedo Jana, ainda é preciso mais exames para comprovar que a vítima foi abusada sexualmente pelo agente policial.
Com o laudo parcial, a Delegacia de Atendimento à Mulher, onde a vítima registrou o boletim de ocorrência, pediu a prisão preventiva do agente suspeito de violência sexual. Também o caso foi enviado para a Corregedoria Geral da Policia Civil, que abriu inquérito para apurar a denúncia.
Patrick Rosa Barreto, advogado da vítima, declarou à imprensa que o ato é inadmissível, ainda mais pelo fato de ter ocorrido dentro das dependências do órgão.
“Isso é inadmissível. O exame do IML constatou o estupro. Ele precisa ser responsabilizado. A menina está em estado de choque com tudo o que aconteceu. Ela tinha o sonho de ser policial militar e agora está abalada com tudo isso”, disse o advogado da vítima.
A defesa do suspeito, Ricardo Monteiro, advogado pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro, afirma que o policial civil tem 24 anos de carreira e que não existem anotações que desabonem sua conduta dentro do órgão.
“A investigação comprovará que o policial civil não cometeu os atos que lhe são imputados e que ele tem direito à presunção de inocência, já que nada restou provado em seu desfavor”, diz a nota enviada pelo advogado Ricardo Monteiro.
Segundo o site UOL, o pedido de prisão do policial civil suspeito, pedido pela Delegacia de Atendimento à Mulher, foi indeferido pela Justiça.
O nome do agente policial foi divulgado pelo SBT Notícias: Genilson Barbosa foi afastado pela Polícia Civil, que em nota, afirmou que o caso seguirá em investigação.
O celular do policial afastado deverá ser periciado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, do Rio de Janeiro, já que o suspeito teria usado o aparelho para enviar mensagens à vítima após o crime.
No termo de declaração da vítima, a vendedora disse que o policial civil a ameaçou e disse que passaria o nome da mulher a “bandidos da Rocinha”, já que ele teria os “documentos e seu endereço, e você vai ficar bem quietinha”.
A vítima teria somente sido liberada da delegacia por volta das 6h da manhã do dia 4 de fevereiro e seu ex-companheiro, às 8h do mesmo dia.