Um crime macabro deu um ponto final na vida da jovem paraense Laila Vitória Rocha Oliveira, de 20 anos. André Ávila Fonseca era namorado virtual da jovem e é o principal suspeito de ter matado a jovem no último sábado (25/04) em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Laila Vitória era natural de Parauapebas, sudeste do Pará, e viajou cerca de 3,5 mil quilômetros para conhecer André Ávila Fonseca, de 37 anos, em Porto Alegre, com quem mantinha um relacionamento virtual. Segundo o G1, os dois teriam se conhecido no final de janeiro e a paraense teria decidido viajar em fevereiro para encontrar André.
André, que usava o nome de “Victor Samedi” nas redes sociais, tem aproximadamente 35 mil seguidores e se apresenta como necromante e especialista em trabalhos de magia, como rituais de vingança e realizaria também quebra de feitiços. De acordo com os registros policiais, ele foi condenado em 2007 por tentativa de triplo homicídio.
Ele estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, mas a polícia acredita que ele tenha rompido o equipamento momentos antes do crime. O aparelho foi instalado em André no dia 9 de janeiro deste ano. No ano passado (2022), segundo o Diário Gaúcho, ele recebeu pena de seis anos de prisão.
Laila Vitória estava há um mês morando com André Ávila em Porto Alegre, quando, segundo a delegada do caso, Cristiane Pires, os vizinhos teriam ouvido disparos de arma de fogo após uma discussão do casal, que de acordo com os mesmos, as discussões eram frequentes. Os vizinhos também disseram que ouviram a mulher gritando por socorro.
Quando os policiais chegaram à residência do casal, encontraram o corpo de Laila Vitória já sem vida e com parte do corpo carbonizado na lareira do imóvel, em um tambor em chamas. A perícia também apurou que o corpo tinha marcas que sinalizam luta corporal.
O corpo da vítima também apresentava marcas de arma branca, que faz parte da coleção de espadas do suspeito. Aos amigos, a mulher teria revelado que sofria agressões e já teria comprado a passagem de volta.
André Ávila Fonseca estava foragido e foi encontrado pela polícia na última quarta-feira (29/03) e prestou depoimento na Delegacia da Mulher de Porto Alegre, onde o crime está sendo investigado como Feminicídio.
“Nós recebemos informações via populares de que ele estava pela região”, informou o comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar, o tenente-coronel Alexander Duarte.
De acordo com o R7, em depoimento, o suspeito disse que usou gasolina para incendiar o corpo de Laila Vitória, que viajou mais de 3 mil quilômetros para encontrá-lo em Porto Alegre. André disse que a culpa pela morte foi da própria vítima.
Ainda durante o depoimento, o suspeito teria verbalizado que mataria a paraense e que não estava satisfeito com seu comportamento. “É uma situação clássica de Feminicídio, em que um homem agressivo acaba discordando de algum tipo de comportamento da mulher e a mata”, disse a delegada responsável pelo caso, Cristiane Ramos.
Mesmo sendo conhecido como “necromante”, o suspeito revelou que as motivações não estariam relacionadas com suas atividades religiosas. A defesa do suspeito alega que André Ávila não praticou os crimes a ele imputados. “O Sr. André, por sua defesa, nega com veemência que os fatos apurados nas investigações possuam motivações religiosas”, afirmou o advogado Jean Maicon Kruse.
A mãe da vítima, Francisca da Silva Rocha, revelou que não queria que a filha viajasse para o sul do país. “Final do mês ela ia voltar para casa. Estava tudo certo. Agora minha filha está morta”, disse a mãe da vítima.
Segundo o G1, a família da vítima tenta buscar ajuda para conseguir fazer o traslado do corpo de Laila, entre outros custos do funeral.
Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.