A menina de 8 anos que contraiu HIV após ser estuprada pelo ex-padrasto em Guapó começou nesta semana a fazer tratamento contra o vírus, segundo o delegado André Veloso, que investiga o caso.
Veloso disse que a criança também contraiu hepatite e está internada em um hospital. O ex-padrasto está preso desde o dia 28 de março, quando a polícia conseguiu um mandado de prisão preventiva contra ele.
Os abusos aconteceram no ano passado e foram percebidos pelo colégio onde a criança estuda.
“A menina começou a ter rendimento muito baixo no colégio, ficar chorando e aérea demais. Foi feito relatório psicológico da criança. Numa vez, quando a menina foi violentada, o padrasto chegou a jogar as roupas dela fora porque tinha sangue”, contou o delegado André Veloso.
O nome do suspeito, que tem 36 anos, não foi divulgado pela polícia.
Investigação
A investigação começou assim que o Conselho Tutelar repassou o caso para a Polícia Civil, em 2022. Na época, a mãe soube dos estupros e se separou do homem, quando também conseguiu uma medida protetiva contra o então companheiro.
Em depoimento na delegacia, o homem negou os estupros. O delegado André Veloso disse que ele admitiu ter o vírus do HIV, mas que a transmissão da doença pode ter sido feita pela mãe.
“O exame da mãe deu negativo, ou seja, ele contaminou só a menina”, destacou Veloso.
A investigação apontou que o ex-padrasto se aproveitava dos momentos em que a mãe não estava em casa para cometer os abusos e ameaçava a criança de morte caso ela contasse para alguém.
Exames
Os exames feitos em março deste ano pelo Instituto Médico Legal (IML) comprovaram que a criança foi estuprada. Outro exame de sangue comprovou a contaminação pelo vírus HIV.
O delegado relatou que o ex-padrasto tem extensa ficha criminal, com passagens por cárcere privado, furto qualificado, associação criminosa, tentativa de homicídio e estupro.
Ao final da investigação, ele pode ser indiciado por estupro de vulnerável e lesão corporal gravíssima, por transmitir a doença para a menina de forma intencional.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Também é possível denunciar casos de maus-tratos e negligência a crianças e adolescentes nos Conselhos Tutelares, Polícias Civil e Militar e ao Ministério Público, bem como através dos números Disque 181, estadual; e Disque 156, municipal.