Um professor foi afastado das aulas e será monitorado por tornozeleira eletrônica após manifestar apoio ao atentado que deixou quatro crianças mortas e outras cinco feridas em uma creche de Blumenau (SC).
O professor manifestou apoio ao atentado em vídeo gravado por alunos de uma escola estadual de Joinville (SC).
Com base nas imagens, ele passou a ser investigado pela Polícia Civil por apologia ao crime.
A Justiça atendeu pedido da polícia e o afastou da sala de aula. Ele passou a ser monitorado com o auxílio de uma tornozeleira eletrônica e foi proibido de se aproximar dos alunos da instituição de ensino onde atuava.
Ele será intimado para prestar depoimento. A Polícia Civil também quer ouvir os alunos e a direção da escola onde ele trabalhava.
O caso é apurado ainda pela Secretaria de Estado de Educação de Santa Catarina. A pasta informou que vai buscar informações sobre a conduta do professor.
“Ninguém gosta das aulas dele”
Foram entrevistados dois alunos e a mãe de um estudante da escola onde o professor trabalha. Todos confirmam a história e se revoltam com o caso.
Uma garota, aluna do primeiro ano do ensino médio, conta que a turma ficou sabendo do ataque em Blumenau e passou a conversar sobre a tragédia, em seguida, o professor teria entrado no debate e dito que “mataria mais do que quatro pessoas, pois a população está muito grande”.
Além deste episódio, os alunos afirmam que o professor faz, frequentemente, comentários preconceituosos e de ódio, incluindo casos de racismo, homofobia, misoginia e apologia ao suicídio.
Em um dos casos, a garota conta que uma das estudantes disse estar triste durante a aula, e o professor teria sugerido que a menina se suicidasse para “poupar oxigênio no mundo”.
“Ele diz que mulher não deve ter os mesmos direitos dos homens. Ele xinga nas aulas. Ninguém gosta das aulas dele, todos ficam desanimados. O que ele ensina é errado”, ressalta.
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Outro estudante da escola reforça o caso do incentivo ao suicídio de alunos e, diz ainda, que o professor ri após fazer comentários violentos. Além de usar termos como “bixinha” para as pessoas na sala de aula.
“Quando ele falava de aparência ou fazia piadas sem graça, normalmente é ignorado. Mas, na sala, por conta de ficarmos nervoso com o que ele falava, alguns riem, mas não por maldade”, conta.
O aluno expõe, ainda, outros casos de preconceito por parte do professor em sala de aula.
“Ele já praticou xenofobia com alunos venezuelanos. Além de intolerância religiosa com alunos, xinga as crenças deles“, desabafa.
Todas as fontes ouvidas contam que os alunos e pais já foram à direção pedir o afastamento ou expulsão do professor, porém, recebem uma resposta padrão, inclusive em grupos de aplicativos, mas de pouca eficiência.
“Os alunos vão à diretoria pedir pra ele sair, os pais também, caso nada seja feito com ele um grande número de alunos sairá da sala nas aulas dele”, conta um dos estudantes.