Uma mulher de 46 anos morreu após passar por um procedimento de lipoescultura em uma clínica em Minas Gerais.
O que aconteceu:
A mulher, identificada como Iris Doroteia Martins, deu entrada no local na manhã do dia 8 de maio para realização de uma lipoescultura – procedimento que retira gordura de uma região e a distribui em outras partes do corpo, segundo ocorrência registrada pela polícia.
Foram encontradas 10 perfurações no abdômen e duas nos glúteos da vítima e “sinais de importante hemorragia” que, segundo o chefe do IML, o médico-legista Lucas Amaral, podem ter ligação com a causa da morte. Segundo ele, nenhum órgão foi perfurado.
A biomédica e dona do estabelecimento, de 33 anos, e uma técnica de enfermagem, de 39, foram presas. Elas prestaram depoimento e foram encaminhadas ao sistema prisional.
Durante a realização da lipo, a vítima teria sofrido uma parada cardiorrespiratória e foi socorrida em estado grave até uma unidade de saúde, mas não resistiu, conforme informou a polícia.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a morte e apreendeu equipamentos utilizados nos procedimentos, prontuários de pacientes, caixa de injetáveis, dois computadores e um celular.
Segundo a polícia, o estabelecimento tinha autorização para funcionar apenas como clínica de estética, sem alvará ou estrutura física adequada para atendimento emergencial na realização de cirurgias.
“Ao chegarmos ao local, não localizamos o aparelho utilizado no procedimento. Questionada, a biomédica informou que apenas tinha iniciado os procedimentos e que o laser que seria utilizado na paciente não teria chegado ainda, já que era alugado por hora“, informou a perita criminal Paula Lamounier.
Biomédica divulga trabalhos nas redes sociais
Nas redes sociais, a biomédica presa conta com cerca de 109 mil seguidores. Pelo Instagram ela compartilha imagens de harmonização facial e corporal, remodelação glútea e “lipo laser sem cortes”.
O CRBM (Conselho Regional de Biomedicina) informou que acompanha o caso e disse que solicitou processo ético-disciplinar para apurar a conduta da profissional. Segundo o órgão, estes processos correm em sigilo e podem levar à cassação do registro profissional.
O Conselho também informou que a profissional e o estabelecimento estavam regulares. O CRBM lamentou a morte da paciente e se solidarizou com a família da vítima.
O UOL tenta contato com a clínica e com a biomédica responsável pelo procedimento. Caso tenha retorno, esta nota será atualizada.