Quando a dentista Priscila Hiromi e o arquiteto Rafael Távora decidiram pela adoção, o casal fez questão de preencher a ficha de adoção que estavam abertos a receberem uma criança com algum tipo de deficiência. Logo eles conheceram Ana, mas a bebê tinha sido diagnosticada com uma deficiência bilateral e não ouvia dos dois ouvidos.
De acordo com o relato da mãe, ela e o marido passaram a buscar um médico especialista que pudesse detectar a deficiência e ver se era possível alguma intervenção para ajudar a menina. Já passando pela fonoaudióloga, a especialista teria confirmado que Ana realmente não conseguia ouvir nada, mas a suspeita era que a pequena tivesse um catarro no canal auditivo, já que em todos os exames realizados, a bebê não apresentada má formação, nem dano permanente no sistema auditivo. A notícia foi comemorada pelos pais, fazendo com que ambos tivessem esperanças de que a surdez poderia ser superada com o devido tratamento.
A partir disso, a médica começou a prescrever o tratamento por eliminação. A primeira suspeita a ser afastada era a secreção no ouvido. A bebê começou a tomar antibióticos, fazer lavagens no nariz, passou por nebulização e até fisioterapia respiratória, tudo para que Ana não produzisse mais muco.
![Emocionante! Diagnosticada com surdez, bebê volta a ouvir três semanas após ser adotada](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/05/Emocionante-Diagnosticada-com-surdez-bebe-volta-a-ouvir-tres-semanas-apos-ser-adotada-imagem-1.webp)
“O cachorro latia e ela nem piscava. Com três semanas [que ela estava com o casal], ela escutou pela primeira vez o aspirador de pó. Estava brincando com minha mãe e minha sogra e ela se assustou e chorou. Foi a primeira vez que ela ouviu alguma coisa”, contou a mãe, visivelmente emocionada, a dentista Priscila Hiromi.
Com o tempo, a menina hoje escuta perfeitamente e interage de maneira normal com as pessoas e sabe reconhecer os sons. Ana tem 1 ano e cinco meses e desde então, tem sido a alegria da família inteira.
“Radiante! A questão dela escutar foi muito rápida. Em duas ou três semanas ela começou a escutar”, disse a mãe em entrevista ao G1.
Sobre a adoção, o casal disse que esperava uma criança maior, mas que ao receberem a informação de que Ana tinha nascido, eles passaram a ficar ansiosos por conhecer a menina. Depois que receberam a ligação da assistente social, em menos de uma semana a menina já estava com a família.
Enquanto estavam na fila de adoção, o casal teria preenchido uma ficha que constava características do perfil desejado, como idade, sexo da criança e etnia, além da deficiência. O casal comentou que passaram por várias reuniões até à entrega da documentação. Foram pedidos também atestados de sanidade mental e de saúde física do casal.
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“Esses pré-requisitos são analisados e aí sim você está apto ou não a adotar. Depois de toda a documentação, você entra na fila e existe essa busca de pais para as crianças”, informou Priscila Hiromi.
Apesar de ser longo o processo de adoção, Ana já está vivendo com a família.
Surdez infantil
Segundo o site Metrópoles, esse tipo de surdez é chamada como “condução”, já que não é provocada por uma malformação, mas por uma obstrução no canal auditivo, o que termina impedindo a passagem do som e que ele chegue corretamente ao ouvido interno. Ela pode ser causada por excesso de cera, por infecções ou até por acúmulo de substâncias, como o catarro.
Em alguns casos, o tratamento é simples, como no caso de Ana, que foi feito o tratamento medicamentoso entre outras intervenções. Mas em alguns casos, é necessária uma cirurgia de pequeno porte.
Assim que nascem, os bebês passam por três tipos de testes, que são impostos pelo Ministério da Saúde. São: teste do pezinho, teste da orelhinha e teste do olhinho. No teste da orelhinha, também conhecido por Triagem Auditiva Neonatal, é possível detectar qualquer dificuldade na audição do recém-nascido.