O ex-goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, conhecido como goleiro Bruno, está processando um site de notícias da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, após ter a loja de açaí que abriu em fevereiro deste ano chamada de “Açaí da morte”. O atleta foi condenado por envolvimento no assassinato de Eliza Samudio e cumpre pena em regime aberto.
De acordo com informações do JusBrasil, o processo foi aberto em 11 de abril deste ano no Juizado Especial Cível de Cabo Frio. O objetivo é pedir indenização por dano material devido ao uso do direito de imagem do ex-goleiro do Flamengo pelo site RLagos Notícias.
No dia da inauguração do empreendimento de Bruno, o portal publicou nota sobre o assunto com o título “Açaí da morte | Em regime aberto por assassinato, goleiro Bruno vai vender açaí na periferia de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos”. No texto, no entanto, não há uso da expressão “Açaí da morte”.
Segundo a jornalista Ana Claudia Guimarães, do O Globo, que teve acesso aos autos do processo que corre em segredo de Justiça, a defesa de Bruno argumenta que “a publicação teve o objetivo de manchar a sua reputação, que ele não deve mais nada à Justiça e que está tentando se reerguer”.
Por danos morais, Bruno pede R$ 52 mil e a retirada da publicação do site imediatamente após a condenação, sob pena de multa diária de R$ 500. O atleta também solicita a retratação da publicação.
No processo, o futebolista ainda solicita gratuidade quanto aos honorários advocatícios por estar “em situação financeira difícil”. Não há informações sobre o funcionamento da loja, mas as redes sociais do negócio não são atualizadas desde junho de 2022.
O Correio entrou em contato com a assessoria de Bruno e do RLagos Notícias, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
O caso do goleiro Bruno é bastante conhecido no Brasil. Em 2010, ele foi preso e condenado pelo assassinato de Eliza Samudio, com quem teve um relacionamento extraconjugal. Eliza estava grávida de Bruno na época do crime e seu corpo nunca foi encontrado. O ex-goleiro cumpriu parte da pena em regime fechado e agora está em regime aberto.
A abertura da loja de açaí por Bruno gerou polêmica nas redes sociais e na imprensa. Muitos questionaram se ele deveria ter o direito de abrir um negócio após ter sido condenado por um crime tão grave. A escolha do nome “Açaí da morte” também gerou críticas e foi considerada de mau gosto por muitas pessoas.
Independentemente das opiniões sobre o caso, é importante lembrar que todos têm direito à defesa e à proteção da sua imagem e reputação. Se Bruno se sentiu prejudicado pela publicação do site RLagos Notícias, ele tem todo o direito de buscar reparação na Justiça. Cabe agora ao Judiciário avaliar os argumentos das partes e decidir o que é justo.