Ana Flávia Martins Meneses Gonçalves, acusada de assassinar e carbonizar os corpos de seus pais e irmão no ABC paulista, está prestes a receber a sentença oficial, uma vez que não recebe visitas familiares desde sua prisão em 2020. O julgamento de Ana Flávia e outros quatro envolvidos teve início nesta segunda-feira (12) no Tribunal do Júri.
Segundo Andréia Veras, tia de Ana Flávia, a família não tem interesse em visitar a sobrinha na prisão e considera que ela está morta.
Andréia era irmã de Romuyuki Veras Gonçalves, pai da acusada, que faleceu junto com sua esposa, Flaviana de Meneses Gonçalves, e seu filho mais novo, Juan Victor Gonçalves, de 15 anos, em janeiro de 2020.
Com o adiamento de pelo menos cinco julgamentos, Andréia espera que a justiça seja feita pela morte de seu irmão, cunhada e sobrinho: “A gente espera que seja pena máxima”, disse.
Além disso, ela ressalta que a data do julgamento, esta segunda-feira, é o aniversário de sua mãe, que está doente e chora constantemente devido ao ocorrido.
Ana Flávia, filha mais velha do casal, é acusada de planejar o crime juntamente com sua namorada, Carina Ramos de Abreu. De acordo com a polícia, as duas informaram aos outros três suspeitos que havia R$85 mil em dinheiro na casa e ajudaram o grupo a entrar na residência.
Segundo a denúncia do Ministério Público, no dia do roubo, eles não encontraram o dinheiro e, após ameaçar as vítimas, decidiram matá-las.
Os corpos do casal e do adolescente foram colocados dentro do carro da família e levados para uma estrada de terra em São Bernardo do Campo, onde o veículo foi incendiado e as vítimas carbonizadas.
Carina Ramos admitiu à Record TV que participou do planejamento do assalto, mas negou envolvimento nas mortes. Ela afirmou que a ex-namorada arquitetou o crime. Por outro lado, Ana Flávia alega ser inocente e afirma que os assassinatos foram premeditados por sua ex-companheira.
Ana Flávia argumenta que Carina a convenceu de que nada aconteceria à família, exceto uma simulação de assalto. Os irmãos também se sentiram enganados por Carina ao perceberem que não havia dinheiro na casa: “Foi uma cilada que ela arranjou para nós, porque a intenção dela, na verdade, não era roubar o dinheiro, porque não tinha dinheiro; a intenção dela era matar eles”.