Uma mulher foi assassinada a tiros nas primeiras horas da manhã de ontem em frente ao fórum de São José da Tapera, no sertão alagoano, momentos depois de gravar um vídeo afirmando que seu marido planejava matá-la.
O que se sabe:
Mônica Cavalcante, 26 anos, foi morta por volta das 5h na calçada do Fórum de Justiça da cidade, próximo à sua residência. Ela deixa dois filhos.
A polícia está em busca do marido, suspeito de feminicídio, que ainda não foi localizado.
Três vídeos com mensagens foram encontrados no celular da vítima. “Quem achar esse celular, se eu tiver [sic] morta, foi Leandro Pinheiro Barros. Ele me agrediu várias vezes, psicologicamente e fisicamente”, completa.
Ela relata que a raiva do marido foi desencadeada por uma suposta “brincadeira boba”. O pai dela fez o comentário durante uma festa na noite anterior, mas Mônica não forneceu detalhes sobre o episódio nos vídeos.
“Ele é abusivo e quer atirar em mim. Me defendam”, diz ela, chorando, em um dos vídeos. “Era um relacionamento extremamente abusivo. Me desculpem se alguém tá triste com esse vídeo, mas não fiquem. Eu tô apenas tentando me esconder dele”, declara em outro. “Fiz de tudo para a gente ser feliz, mas não deu.”
Mônica também deixou uma mensagem para mulheres que enfrentam violência doméstica.
Se você estiver passando por esse momento, não aceite. A gente merece ser feliz, ter paz. Não é culpa sua se você tiver [sic] passando por esse momento. Se eu for, eu vou em paz, tranquila, com a consciência que deu tudo certo da minha parte.”
Mônica chegou a se separar do marido suspeito do crime por um período, de acordo com um parente, mas recentemente havia retomado o relacionamento, tentando reconciliar o casamento.
O corpo de Mônica será velado na residência da avó e sepultado na manhã desta segunda-feira (19) no cemitério local.
Em casos de violência doméstica, procure ajuda
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para o número 190 e denuncie.
A maioria dos casos de violência doméstica ocorre por parte de parceiros ou ex-parceiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em casos de agressões cometidas por familiares.
Você também pode realizar denúncias por meio do número 180, Central de Atendimento à Mulher, e do Disque 100, que investiga violações dos direitos humanos.
Existem ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
Vítimas de violência doméstica têm até seis meses para fazer a denúncia.
Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.