O esposo de Ane Caroline Nascimento Silva, de 23 anos, que estava dirigindo o veículo quando sua esposa foi baleada durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), afirmou que o carro foi alvejado antes mesmo de conseguir parar.
A vítima recebeu socorro e passou por uma cirurgia no Hospital Getúlio Vargas, localizado na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, porém não resistiu aos ferimentos.
Em uma entrevista à Record TV Rio, Alexandre Roberto relatou que eles estavam voltando para casa após um jantar em comemoração ao sétimo aniversário de casamento. O casal havia planejado retornar cedo, por volta das 22h, devido ao receio da violência urbana.
O marido afirmou que, ao notar a aproximação de uma viatura com as luzes de emergência ligadas, acionou o pisca-alerta e procurou um acostamento para parar o veículo na rodovia Washington Luís.
“Quando liguei o pisca-alerta, começaram a atirar. Eu não tenho como parar no meio da Washington Luís porque ali é uma rodovia larga. Então procurei um acostamento para fazer a parada. Antes da parada, meu carro foi fuzilado. Ele descarregou o fuzil dele todinho em cima do meu carro.”
- Notícias: Templos “instagramáveis” e DJs em cultos: Igrejas adotam estilo pop, mas mantêm discurso conservador
Alexandre saiu do veículo e avisou que sua esposa havia sido baleada. Segundo ele, os agentes ficaram nervosos e o responsabilizaram pelo incidente: “Por que minha culpa? Se deram a ordem de parada, eu liguei o pisca-alerta, parei o carro. Antes de eu parar, fuzilaram o meu carro todo”.
Questionado sobre a possibilidade de ter havido demora, ele negou: “Não houve demora, até porque, se eu apertasse o freio na Washington Luís, o carro deles iria bater atrás”, explicou.
Alexandre também afirmou que os agentes auxiliaram no socorro à sua esposa e um deles assumiu o volante do veículo para levá-la ao hospital.
Indignado com a ação policial, o marido declarou que buscará justiça para o caso.
“O policial já foi solto, hoje, na audiência de custódia. Não entendo isso. Ele assassinou minha mulher, executou minha esposa. Ele descarregou o fuzil no meu carro. Meu carro está todo furado na Polícia Federal. Vou querer justiça contra esse policial, essa equipe. Inclusive, baleou outra pessoa na frente. Todo mundo é trabalhador. Que isso? Não existe.”
A outra mulher baleada foi identificada como Cláudia Maria da Silva, de 50 anos. Ela está internada em estado grave no Hospital Adão Pereira Nunes, localizado em Caxias, na Baixada Fluminense.
Em comunicado, a PRF informou que a equipe estava realizando o acompanhamento tático de um veículo suspeito em fuga. O policial responsável pelos disparos foi afastado preventivamente de suas funções. O caso será investigado pela corregedoria interna da PRF e também pela Polícia Federal.
A PRF lamentou o ocorrido e se colocou à disposição da família da vítima.