De acordo com especialista, os tripulantes do submersível Titan provavelmente não perceberam a implosão do veículo. A pressão nas profundezas em que o submarino se encontrava era tão imensa que a implosão ocorreu em questão de milissegundos, afirma Aileen Maria Marty, ex-oficial da Marinha e professora de medicina de catástrofes da Universidade Internacional da Flórida, em entrevista à CNN.
A especialista explicou que o cérebro humano não seria capaz de compreender a situação tão rapidamente. “A coisa toda teria colapsado antes que as pessoas lá dentro percebessem que havia um problema”, afirmou.
Uma implosão ocorre quando um objeto entra em colapso rapidamente devido à pressão externa ser maior do que a interna. Esse fenômeno ocorre em uma proporção oposta ao de uma explosão. Basta haver um pequeno defeito estrutural para desencadear uma catástrofe em grandes profundidades.
Segundo Marty, os ocupantes do Titan morreram sem sequer perceber que estavam prestes a morrer. “Em última análise, entre as muitas maneiras das quais podemos morrer, essa foi indolor.”
Após intensas buscas, a Guarda Costeira dos EUA anunciou na quinta-feira que foram encontrados fragmentos de destroços a cerca de 500 metros da proa do naufrágio do Titanic, a uma profundidade de aproximadamente 3.800 metros. Esses destroços pertenciam ao Titan, que desapareceu com cinco pessoas a bordo. A Guarda Costeira descreveu a ocorrência como uma “implosão catastrófica” que resultou na morte dos ocupantes do veículo.
O vendedor de jatos particulares
Um dos cinco indivíduos a bordo do submersível era Hamish Harding, um empresário britânico de 58 anos, que estava familiarizado com explorações extremas, incluindo a realizada nos destroços do Titanic. Além de compartilhar suas aventuras nas redes sociais, pouco se sabe sobre sua carreira e fortuna como CEO da Action Aviation, uma empresa de vendas de jatos particulares fundada em 2004.
Harding é formado em ciências naturais e engenharia química pela Universidade de Cambridge. Há um ano, ele realizou uma viagem ao espaço a bordo do foguete New Shepard, da Blue Origin, em um voo de dez minutos que marcou a quinta missão tripulada bem-sucedida da empresa de Jeff Bezos.
O empresário já apareceu várias vezes no Guinness Book of Records. Em março de 2021, ele realizou uma imersão nas profundezas da Fossa das Marianas, a parte mais profunda dos oceanos conhecida até hoje, juntamente com o explorador Victor Vescovo, utilizando um submersível de dois lugares. Essa missão foi a mais longa já realizada a essa profundidade (4 horas e 15 minutos) e também a que percorreu a maior distância (4.600 metros).
Hamish Harding e sua esposa, Linda, têm dois filhos. Um deles, chamado Giles, se tornou a pessoa mais jovem a viajar para o Polo Sul aos 12 anos, em 2020, de acordo com o jornal The Times.
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O cientista francês
Paul-Henri Nargeolet, um francês de 77 anos, era um especialista em mergulho e arqueologia marítima. Iniciando sua carreira como oficial da Marinha, ele liderou um grupo de mergulhadores de remoção de minas em Cherbourg, no noroeste da França, antes de se tornar piloto de submarino da Marinha Francesa. Mais tarde, ele concentrou-se na arqueologia marítima e participou de escavações em vários naufrágios.
Em 1986, Nargeolet foi nomeado chefe de submarinos de intervenção em alto mar no Instituto Francês de Pesquisa para a Exploração do Mar (Ifremer). No ano anterior, em colaboração com o Ifremer, uma equipe liderada pelo cientista americano Robert Ballard havia descoberto os destroços do Titanic.
Em 1987, Nargeolet teve a oportunidade de explorar os destroços do Titanic a bordo do submarino francês Nautile. Ele realizou dezenas de mergulhos subsequentes, resultando na descoberta de várias centenas de objetos. Os últimos mergulhos ocorreram em meados de 2021.
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Empresário paquistanês e filho
Um empresário paquistanês proeminente e seu filho também estavam a bordo do submersível. O empresário era Shahzada Dawood, de 48 anos, vice-presidente do conglomerado Engro, sediado em Karachi, no sul do Paquistão, enquanto seu filho Suleman, de 19 anos, também era cidadão britânico. A Engro tinha investimentos em diversos setores, como energia, agricultura, petroquímica e telecomunicações.
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O chefe da expedição, empresário, guia e capitão
A quinta pessoa a bordo era Stockton Rush, um americano e diretor da OceanGate Expeditions, a empresa responsável pela organização da viagem e fundada por ele em 2009.
Rush, descrito pela revista Smithsonian como um “inventor audacioso”, começou a levar clientes para visitar os destroços do Titanic a bordo de seu submersível especialmente projetado para essa finalidade em 2021. Ele afirmou que a visita ao naufrágio fazia parte de uma estratégia de marketing enquanto buscava desenvolver inovações para embarcações submersíveis.
De acordo com o site de sua empresa, o americano iniciou sua carreira em 1981 como o piloto de transporte a jato mais jovem do mundo, aos 19 anos. Em 1984, ele se tornou engenheiro de testes de voo em caças F-15 da McDonnell Douglas. Nos últimos 20 anos, ele se envolveu com várias empresas de tecnologia relacionadas aos oceanos, incluindo a BlueView Technologies, fabricante de sistemas de sonar de alta frequência.
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