Um vídeo que simula o suposto ocorrido com o submersível da OceanGate, desaparecido no Oceano Atlântico, já acumula mais de 24 milhões de visualizações no TikTok em menos de 24 horas. Os cinco ocupantes, incluindo um bilionário e o principal especialista no naufrágio do Titanic, faleceram.
O que aconteceu:
A animação pretende demonstrar como a pressão no submersível teria levado à sua implosão. O vídeo utiliza um modelo do próprio veículo da empresa OceanGate e foi compartilhado pelo perfil “starfieldstudio”, especializado em animação 3D.
O vídeo foi compartilhado antes da confirmação da Guarda Costeira dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (22), de que “todos os destroços [encontrados] apontam para a implosão catastrófica da embarcação”, segundo o contra-almirante John Mauger.
“Com o colapso instantâneo pela pressão, o casco aqueceria imediatamente o ar no submarino até aproximadamente a temperatura da superfície do sol, enquanto uma parede de metal e água do mar esmagaria de uma ponta do barco à outra em cerca de 30 milissegundos”, informou o estúdio no vídeo.
A animação recebeu mais de 1,3 milhão de curtidas, 23,3 mil comentários e foi salva por mais de 121 mil contas até a noite desta quinta-feira.
A mesma conta havia compartilhado outro exemplo de implosão de um submarino em agosto de 2022, sem mencionar a OceanGate na ocasião.
Como se dá uma implosão?
Implosões ocorrem quando um submarino, ou submersível, neste caso, ultrapassa o seu limite de profundidade, de acordo com Gustavo Roque da Silva Assi, professor da USP (Universidade de São Paulo), em entrevista ao UOL.
Os veículos são projetados para resistir a uma determinada pressão, levando em consideração características como o diâmetro da embarcação, a espessura das paredes e o tipo de aço utilizado.
“Se ele passar da pressão determinada pelo projeto, ele estará sujeito a uma carga externa, de fora para dentro, maior do que ele consegue suportar. Assim, o submarino vai colapsar, ele vai implodir”, explica Assi.
Outra possibilidade de implosão em um ambiente de alta pressão, segundo o pesquisador, ocorreria se o veículo entrasse em contato com o leito marinho. “Se ele encostar em alguma coisa do lado de fora em meio a uma pressão muito alta, como seria no fundo do oceano, a estrutura não suportaria.”
Em casos de implosão, a chance de sobrevivência é nula. “Uma pessoa aguentaria nadar até, no máximo, uma profundidade de 50m. Uma falha estrutural em um submarino abaixo desta profundidade já seria catastrófica, mortífera para a tripulação.”
Entenda o caso
O submersível, apelidado de “Titan”, mergulhou na manhã de domingo, 18 de junho, com o objetivo de explorar os destroços do Titanic, localizados no Atlântico Norte.
O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com o submersível cerca de uma hora e 45 minutos depois, de acordo com a Guarda Costeira dos EUA.
A expedição contava com um piloto e quatro passageiros: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e renomado especialista no naufrágio do Titanic.
O desaparecimento do submersível foi registrado a aproximadamente 700 quilômetros ao sul de São João da Terra Nova, capital da província canadense de Terra Nova e Labrador, na área onde ocorreu o naufrágio do Titanic em 1912, conforme informações das autoridades canadenses.