Peças de roupas da empresa chinesa de comércio eletrônico Shein serão produzidas em Macaíba, no Rio Grande do Norte, a partir deste mês de julho.
O anúncio foi feito por Josué Gomes, diretor-presidente da Coteminas, após uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e Marcelo Claure, representante da Shein no Brasil.
“A confecção das peças em território nacional vai usar a expertise de mais de quatro mil profissionais de oficinas de costura do interior do Estado. Em um primeiro instante, a aposta será em jeans, brim e malhas de algodão”, informou Josué Gomes. “Vamos começar principalmente por jeans, produtos de brim em geral e malhas de algodão”, acrescentou.
A governadora Fátima Bezerra destaca a importância dessas oportunidades para o desenvolvimento das áreas rurais do estado e ressalta que levar empresas para as regiões menos desenvolvidas do Rio Grande do Norte é parte do programa de seu governo.
“E é assim que está desenhado nosso programa de incentivos fiscais. Quanto mais o emprego vai para o interior, maior o incentivo que ele vai receber”, ressaltou a governadora Fátima Bezerra.
Investimento no Brasil
Em abril, a marca anunciou um investimento de 750 milhões de reais no Brasil e comunicou a exclusividade de um marketplace para produtos e vendedores no país.
De acordo com Marcelo Cleure, a produção no Rio Grande do Norte faz parte do compromisso assumido com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de trazer parte da produção da Shein para o Brasil.
A parceria da empresa chinesa com o Brasil deverá gerar aproximadamente 100 mil empregos nos próximos três anos. Segundo a empresa, até o final de 2026, cerca de 85% das vendas no Brasil serão de fabricantes e vendedores locais.
Taxa de importação
Em resposta à decisão, o governo anunciou que empresas internacionais poderão usufruir da isenção do Imposto de Importação para compras no e-commerce de até US$ 50 (cerca de R$ 242), desde que atendam a uma série de novas regulamentações estabelecidas pelo governo brasileiro. Essas regulamentações incluem o recolhimento de impostos estaduais e o combate ao contrabando.
Para se beneficiar da isenção do imposto de importação, a empresa deve aderir voluntariamente ao programa Remessa Conforme, da Receita Federal. A partir dessa nova determinação, compras realizadas pela internet de até US$ 50 em empresas que não estejam em conformidade com as novas regras continuarão sendo taxadas.
Anteriormente, a isenção para compras de até US$ 50 era limitada a remessas internacionais entre pessoas físicas.
Veja a seguir os critérios estabelecidos para empresas de e-commerce:
- Efetuar o repasse dos impostos cobrados;
- Informar detalhadamente ao consumidor sobre os valores de impostos, tarifas postais e outras despesas;
- Incluir de forma visível, no campo do remetente, a marca e o nome da empresa responsável no pacote enviado ao consumidor;
- Enfrentar o descaminho e o contrabando.