Há uma década, Daniel Pedreira Sena Pellegrini, conhecido como MC Daleste, foi alvejado por dois tiros enquanto se apresentava para uma plateia de aproximadamente 5 mil pessoas em Campinas (SP). O primeiro tiro o atingiu de raspão no braço. O segundo, no tórax, resultou em sua morte aos 20 anos, na madrugada de 7 de julho de 2013.
Até o momento, ninguém foi preso pelo crime.
Morte
O cantor estava se apresentando em uma festa julina no CDHU do bairro San Martin. Mesmo após ter sido atingido de raspão pelo primeiro tiro, ele continuou o show sem perceber a gravidade do ferimento.
Após ser alvejado novamente, Daleste caiu no palco em posição sentada. O momento foi registrado em vídeo e compartilhado nas redes sociais na época.
Ele foi socorrido e, mesmo nesse momento crítico, pediu para que uma foto fosse tirada dele, “para mostrar ao povo que estava bem”.
O cantor foi levado ao Hospital Municipal de Paulínia, porém, veio a falecer durante uma cirurgia às 0h55.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) revelou que o segundo tiro atingiu o tórax, perfurando o estômago, o fígado e o pulmão direito do artista. De acordo com o laudo, os ferimentos resultaram em sangramento e a causa da morte foi anemia aguda.
![Crime gravado do assassinato de Daleste completa uma década sem solução](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/161786454_122042856600944_626636294315629614_n.jpg.webp)
Investigação
A reconstituição do crime foi realizada pela polícia na semana seguinte ao ocorrido. Durante a perícia, foram determinados os seguintes fatos:
O atirador estava localizado a uma distância de 30 a 40 metros do palco.
Os disparos foram efetuados a uma altura de aproximadamente 1,70m a 1,80m do solo.
Não foi possível determinar com precisão a arma utilizada, uma vez que nenhum projétil foi encontrado. “Acreditamos que tenha sido usada uma pistola. O que temos certeza é que o autor sabia atirar bem”, declarou o delegado Rui Pegolo na época.
“Olhando a cena do crime de cima do palco, o tiro (fatal) veio da esquerda para a direita. A bala atingiu o abdômen do cantor, do lado esquerdo, e transfixou seu corpo”.
Hipóteses
A polícia considerou duas hipóteses principais: crime passional ou desentendimento com o contratante do show.
Segundo o programa Balanço Geral (Record), uma testemunha afirmou que o cantor de funk foi assassinado por ter se envolvido com a namorada de um membro do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Em 2014, os inquéritos foram transferidos de Campinas para São Paulo com o objetivo de “renovar as investigações”.
Entretanto, devido à falta de evidências, o caso foi arquivado em 2015, sem que nenhum suspeito fosse identificado.
Em entrevista recente ao Splash, Carolina Sena Pellegrini, de 41 anos e irmã de Daleste, expressou críticas à investigação policial. Ela afirmou: “A gente lutou muito pro caso vir aqui pra São Paulo, pra DHPP, porque não tivemos respaldo nenhum da polícia de lá, de Campinas”.
A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) enviou uma nota, que diz:
“O caso foi investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sendo o inquérito relatado e remetido ao Poder Judiciário em 28 de dezembro de 2015. Em julho de 2020 a família da vítima pediu reabertura do inquérito, no entanto, como não foi apresentada nenhuma nova informação ao fato, a solicitação foi indeferida pelo Poder Judiciário”.
Música
O cantor estava no auge de sua carreira quando foi tragicamente assassinado. Daleste, nome artístico que fazia referência à zona Leste de São Paulo, era uma figura proeminente do funk ostentação, um gênero emergente na época. Suas letras abordavam principalmente dinheiro, marcas de roupa, carros, bebidas, joias e mulheres.
Ele começou sua carreira em 2008, incentivado por seu irmão, Rodrigo. Uma de suas músicas, intitulada “Apologia”, recebeu críticas por conter a frase “matar polícia é nossa meta”.
Entre seus maiores sucessos estão as canções “Gosto Mais do Que Lasanha”, “Mais Amor, Menos Recalque” e “São Paulo”.