O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, demitiu o delegado da Polícia Federal Renato Pagotto Carnaz, conforme publicação no Diário Oficial da União (DOU) de terça-feira, 11.
Essa é a segunda vez que Pagotto é destituído do cargo, sendo a primeira em 2022. Investigações indicam que ele se envolveu em um acidente de trânsito e não prestou assistência às vítimas.
Na decisão, o ministro justifica a exoneração do delegado por “praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial; deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições, as leis e os regulamentos; prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial; dar causa, intencionalmente à danificação de objeto pertencente e confiado à sua guarda; e praticar ato de improbidade administrativa”.
O acidente envolvendo a autoridade policial ocorreu em 16 de dezembro de 2021, no Eixão Sul, região central da capital federal. Um relatório divulgado na época pelo jornal Folha de São Paulo revelou que as investigações concluíram que o delegado estava dirigindo em alta velocidade e causou o acidente, resultando em ferimentos para duas pessoas. Após o ocorrido, ele teria deixado o local sem prestar socorro.
No momento do incidente, um motorista de aplicativo e uma passageira que passavam pelo local seguiram o veículo do delegado e registraram um vídeo até ele entrar na sede da superintendência da PF. Quando a Polícia Civil foi informada sobre o incidente, encontraram no estacionamento da superintendência o carro que o delegado conduzia no dia do acidente – uma viatura descaracterizada da PF. O veículo exibia evidências do impacto da colisão.
No entanto, constatou-se que a placa exibida no vídeo não correspondia à placa do veículo. Os investigadores concluíram que essa substituição tinha como intenção dificultar a identificação do automóvel, conforme relatado pelo jornal Folha de São Paulo.