A mulher do motorista de aplicativo, Gilson Francisco de Castro Júnior, de 48 anos, morto na Praça Seca na noite de sábado (15), já havia enfrentado uma tragédia semelhante no passado. Há 18 anos, seu noivo também foi vítima fatal de um assalto.
“Segunda vez que acontece isso com ela. Há 18 anos atrás, o noivo dela também aconteceu coisa trágica dessa forma. Em um assalto mataram. E agora acontece isso de novo. Como é que fica a nossa família? Fica difícil, cara. Difícil!”, desabafou José Wellington Gonzalez, pai da viúva de Gilson.
Segundo Jaque, esposa do motorista, a família sempre aconselhava que ele evitasse trabalhar à noite e, caso fosse necessário, ligasse a cada hora para se certificar de sua segurança. Gilson começou a trabalhar às 13h de sábado e estava seguindo a rotina. No entanto, às 17h, ele parou de atender as ligações.
“Rio de Janeiro, hoje em dia, a gente sai, não sabe se vai voltar. E eu sempre falava para ele: ‘Cara, não roda de noite, não entra em favela que a gente não sabe o que pode acontecer, entendeu?’ As pessoas são muito ruins hoje em dia. A pessoa sai para trabalhar e não volta mais. Por causa de um tiro. Não levaram nada, nem o carro levaram. Só levaram o documento dele, celular, carro está lá. E a vida dele? Ele nunca mais vai voltar. Nunca mais!”, desabafou a mulher de Gilson.
O veículo de Gilson foi encontrado amassado na Rua Doutor Bernardino, próximo à Rua Marangá. O corpo foi encontrado dentro do carro com duas marcas de tiros: uma no peito e outra no abdômen.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que informou estar realizando diligências.
O aplicativo inDrive, para o qual Gilson estava trabalhando, expressou suas condolências e afirmou estar prestando auxílio aos familiares. Desde o momento em que souberam do ocorrido, a empresa abriu um procedimento para apurar o caso. Além disso, eles afirmaram estar em contato com as autoridades para colaborar com as investigações.