No último domingo (23), a cidade de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador (BA), foi palco de uma terrível tragédia que abalou a comunidade. Gabriel da Silva, uma criança de apenas 10 anos, perdeu a vida de forma trágica após ser atingido por uma bala perdida. Segundo testemunhas, o incidente ocorreu enquanto equipes da 52ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) estavam em ação na região e, de acordo com relatos, chegaram ao local atirando.
Gabriel estava conversando em frente à porta de sua casa, no bairro de Portão, quando foi atingido por um disparo na região do rosto. A família prontamente o levou ao Hospital Menandro Faria, mas devido à gravidade do ferimento, ele foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde, infelizmente, não resistiu e veio a falecer.
A mãe da vítima, Samile Costa, em entrevista à TV Bahia, expressou sua dor e indignação, responsabilizando os policiais pela morte de seu filho. Ela pede justiça e clama para que os responsáveis percam suas fardas. A perda precoce de Gabriel deixou a família devastada, tirando-lhes a alegria de viver e deixando um vazio irreparável.
A Polícia Militar, por sua vez, emitiu uma nota lamentando a morte do menino e enfatizou seu compromisso em esclarecer os fatos ocorridos durante a diligência policial. As guarnições envolvidas na ação se colocaram à disposição da Polícia Civil, responsável pela investigação, para prestar os devidos esclarecimentos. O armamento utilizado no incidente também será periciado, visando ao esclarecimento completo do ocorrido.
Essa triste ocorrência levanta questões importantes sobre a atuação policial na região. Dados recentes revelados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que as polícias civil e militar da Bahia foram responsáveis pelo maior número de mortes em intervenções oficiais em 2022 em comparação com outras unidades federativas do Brasil. Foram 1.464 vítimas em ações policiais, o que representa 22,7% do total de 6.430 mortes ocorridas em intervenções no país no mesmo ano. Essas estatísticas tornam ainda mais urgente a necessidade de uma investigação minuciosa e de reflexão sobre as práticas de segurança pública no estado.
Enquanto a comunidade lamenta a perda de Gabriel, as autoridades e a sociedade em geral são instadas a buscar respostas e soluções para prevenir tragédias como essa e garantir um ambiente seguro e justo para todos os cidadãos.