A mãe do menino de 12 anos, que se tornou viral na internet ao pedir ajuda para comprar um botijão de gás, foi despejada da casa onde vivia com os cinco filhos. Andréa Helena da Silva, de 44 anos, está temporariamente abrigada na casa de um amigo de seu falecido marido em Praia Grande, litoral de São Paulo. No entanto, ela está em busca de emprego e de uma nova moradia para sua família.
Andréa relata que o homem costuma pedir para que ela e os filhos, com idades de 9, 11, 12, 14 e 16 anos, deixem a casa, mas ela não tem para onde ir. A família dele não os aceita, e, por isso, a mulher, que está desempregada, pede ajuda para mudar essa situação.
Em outubro de 2022, o filho de 12 anos de Andréa se tornou viral nas redes sociais ao enviar uma mensagem a uma página de notícias de Praia Grande pedindo ajuda para comprar gás e comida. Ele enviou um vídeo mostrando o fogão da casa onde moravam. A mãe utilizava álcool para acender as chamas e cozinhar para ele e os outros quatro irmãos.
Andréa trabalhava como catadora de recicláveis, recebendo R$ 6,50 por dia, o que não era suficiente para pagar o aluguel de R$ 500. Com mais de 10 meses de mensalidades em atraso, ela foi despejada pelo proprietário. Além disso, perdeu seu emprego na reciclagem, e agora busca uma nova oportunidade de trabalho.
![Mãe de menino que pediu ajuda para comprar gás é despejada: "Não tenho mais nada"](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/foto-capa-1hv0gwwbqdr8x.webp)
Além dos cinco filhos menores de idade, Andréa também tem uma filha que vive em São Vicente.
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“Eu já tinha ido para a casa da minha filha, porque eu não tinha para onde ir. Só que minha filha também teve que entregar a casa que ela morava, e foi morar com a sogra dela. Não tinha como a gente ir junto”, relata.
A jovem abrigou dois irmãos em sua casa, uma vez que a mãe não possui moradia fixa.
![Mãe de menino que pediu ajuda para comprar gás é despejada: "Não tenho mais nada"](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/07/foto-capa-1-vf964e2q2dep.webp)
“Depois fui para Santos, para a casa de uma amiga, mas também não deu [para ficar], porque ela tem um marido. Então, viemos para a casa desse amigo do meu falecido marido. Mas aqui é pequeno, a gente dorme na sala, e ele manda a gente ir embora, porque a família dele não aceita a gente São meus cinco filhos e eu”, lamenta.
Ela e o filho mais novo se acomodam no sofá da casa, enquanto as outras crianças dormem no chão, com cobertores improvisados.
Doações
Andréa relata que a situação é crítica e que a família tem sobrevivido com a ajuda de conhecidos e por meio de transferências via PIX. Muitas dessas doações foram feitas quando o filho viralizou com o pedido de ajuda, mas o dinheiro foi enviado para a conta de uma conhecida e a família nunca recebeu.
“Sumiu o dinheiro da conta dela, então meu filho mais velho fez um PIX para mim, caso eu ganhasse ajuda, para vir direto para mim. A gente não ia adivinhar que iria acontecer uma coisa dessas, mas está nas mãos de Deus”, recorda.
Naquela época, as doações foram tão generosas que Andréa conseguiu ajudar outras famílias de amigas que também estavam enfrentando dificuldades e passando por necessidades alimentares. “Como eu sou mãe e tenho filhos, ajudei”, acrescenta.
Atualmente, ela e as crianças recebem ajuda alimentar da madrinha do falecido marido, que doa algumas cestas básicas.
“Eu não tenho mais nada. Quando fui morar com a minha filha, levei tudo para lá, mas já estava tudo em condições precárias, não tinha como pegar de volta”, lamenta.
Andréa está em busca de um emprego melhor e já tentou retornar à reciclagem, sem sucesso. “Lá, se eu produzisse, eu ganhava, mas não estava dando conta, porque ou eu pagava o aluguel, ou eu comprava comida para as crianças”, acrescenta.
Ela conta que se candidatou a vagas de emprego no Posto de Atendimento ao Trabalhador de Praia Grande, mas ainda não recebeu nenhum chamado para trabalho.