O enterro de Eloáh Passos, de 5 anos, está agendado para ocorrer às 11h de segunda-feira (14/8) no Cemitério da Cacuia, localizado na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro. Após obter a liberação do corpo no Instituto Médico Legal (IML) no domingo à tarde, a família da criança, vítima de uma bala perdida no sábado de manhã, teve que agendar o enterro para o dia seguinte devido ao horário da liberação e ao fechamento dos cartórios.
Enquanto brincava em sua residência, a garota foi atingida no peito por um disparo. Nesse instante, agentes da polícia militar estavam buscando dispersar uma manifestação de residentes contra o falecimento de Wendel Eduardo, de 17 anos, durante uma operação policial na comunidade do Dendê.
No Dia dos Pais, parentes compartilharam que o pai de Eloáh, Gilgres Santos, está profundamente abalado, recorrendo a medicamentos e incapaz de identificar o corpo da filha. Os moradores atribuem às autoridades policiais as responsabilidades pelas duas mortes, enquanto a corporação sustenta que o jovem disparou contra os agentes e declarou que “não havia operação policial no interior da comunidade” quando Eloáh foi atingida por um tiro, sem oferecer uma explicação sobre as circunstâncias da morte da criança.
A Secretaria Estadual da Polícia Militar do Rio de Janeiro tomou a medida de afastar o tenente-coronel Fábio Batista Cardoso, que ocupava o posto de comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar (BPM) da Ilha do Governador. Conforme a PM, foi iniciada uma investigação para examinar os detalhes das ações “para averiguar a conjuntura das ações e a corregedoria da corporação acompanha os trâmites do caso. As imagens das câmeras corporais dos policiais serão disponibilizadas para auxiliar nas investigações”.