Uma jovem de 18 anos se feriu ao saltar de um carro em movimento perto das ruas Nanuque e Carlos Weber, no Alto da Lapa, área nobre da zona oeste de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (14).
Acredita-se que Giovana Galvão Rebane possa ter sido vítima de uma tentativa do chamado “golpe do cheiro”, no qual uma substância à base de éter é liberada para sedar a pessoa. Essa prática tem sido denunciada por outras passageiras desde o ano passado, mas sua comprovação ainda não foi confirmada.
Conforme relatos de uma fonte da Polícia Militar que preferiu manter o anonimato, a moça estava dentro de um carro de aplicativo quando o condutor colocou uma máscara e borrifou um gás.
Ao notar que estava desmaiando, a jovem se lançou do veículo no meio da rua. Ela foi prontamente socorrida e levada ao Hospital Albert Sabin, onde está sob cuidados médicos.
O motorista do carro escapou da cena, porém, foi rastreado e detido posteriormente na região de Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo.
No depoimento prestado à Polícia Civil, o condutor relatou que havia aceitado a corrida para transportar as duas jovens. A solicitação incluía duas paradas, e ele conseguiu deixar a primeira passageira em seu destino, em uma rua cujo nome não se recorda.
Depois que a jovem saiu do veículo, o motorista prosseguiu em direção ao destino final. No entanto, após avançar duas quadras, a segunda passageira, Giovana, cancelou a viagem pelo aplicativo antes que fosse concluída.
Rafael notou que a moça apresentava uma aparência “estranha” e indagou se ela estava se sentindo mal. Sem responder, ela saiu do carro e se dirigiu apressadamente a uma loja próxima.
O indivíduo declarou que passou devagar pela loja para verificar o estado da passageira e, ao não encontrá-la, prosseguiu seu caminho.
Depois de concluir outra viagem, a esposa de Rafael o informou que policiais militares estavam em sua residência e requisitaram sua presença lá.
Ao chegar em casa, os policiais o informaram que seu veículo possivelmente havia sido clonado e indagaram o condutor se algum evento incomum havia ocorrido ao longo do dia.
O indivíduo mencionou o ocorrido e descreveu como uma das passageiras saiu apressadamente do veículo, observando que não teve diálogo com ambas as mulheres durante a corrida. Rafael também assegurou que não utiliza qualquer forma de substância em aerossol em seu carro.
Ao chegar à delegacia, o condutor notou que sua conta no aplicativo Uber tinha sido suspensa. O indivíduo está sendo alvo de uma investigação por agressão física.
De acordo com a Polícia Militar, não foi encontrada nenhuma substância que confirme a alegação no veículo, porém o automóvel será submetido a análises forenses.
Empresa
A Uber divulgou um comunicado no qual afirmou que as informações fornecidas pelo aplicativo e registradas no boletim de ocorrência divergem do que está sendo divulgado pela mídia, e que apenas as investigações poderão esclarecer essa situação.
“A denúncia feita diretamente ao suporte do app informa que a usuária pediu que o motorista parasse o carro no meio da viagem, o que foi feito e assim ela desceu do veículo em segurança e não menciona nenhum dano físico”, destacou a empresa.
Confira a nota da empresa:
“Até onde temos conhecimento, todas as denúncias sobre o chamado “golpe do cheiro” relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil, foram arquivadas, já que, de acordo com as investigações, não houve a identificação de elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.
Sobre o caso específico, vale ressaltar que os relatos feitos pelo aplicativo e informados no boletim de ocorrência apresentam contradições com o que está sendo noticiado pela imprensa e isso só poderá ser elucidado pelas investigações. A denúncia feita diretamente ao suporte do app informa que a usuária pediu que o motorista parasse o carro no meio da viagem, o que foi feito e assim ela desceu do veículo em segurança e não menciona nenhum dano físico. Além disso, o relato não menciona uso de máscara pelo motorista parceiro, mas sim que ele teria usado as mãos para tapar o nariz e evitar aspirar o suposto gás.
A Uber entende o cenário de insegurança das mulheres e, inclusive participou de uma mesa de discussão sobre o tema com especialistas, debatendo o aumento da sensação de insegurança das mulheres criada pela reverberação de denúncias, muitas surgidas nas redes sociais e até repercutidas pela imprensa sem o acompanhamento sobre a condução dos inquéritos e a ausência de elementos de prática de crime”.