Devido aos prejuízos milionários causados pela plataforma Bybot, centenas de investidores lesados buscam encontrar o principal executivo da empresa, Gustavo de Macedo Diniz, apelidado de “Engomadinho do Bitcoin”.
Também são procurados dois membros da equipe pela facção carioca Comando Vermelho, que supostamente investiu em criptomoedas para lavar dinheiro do tráfico.
Imagens de dois operadores da Bybot que gerenciaram contas de clientes antes da desativação da plataforma começaram a circular em grupos de WhatsApp.
Nelas, o suposto recado do CV oferece R$ 15 mil por informações sobre o paradeiro desses dois traders. Em um dos avisos, a facção ressalta que não se deve matar o funcionário da empresa:
“Não matem”.
Cada vez mais, grandes organizações criminosas usam o universo das moedas digitais para lavar dinheiro faturado com o tráfico de drogas. A quantidade de criptomoedas movimentada em atividades de lavagem de dinheiro aumentou 68% na comparação entre 2022 e 2021, atingindo um total de US$ 23,8 bilhões.
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Os dados foram divulgados, no início deste ano, pela Chainalysis, uma empresa de análise de dados do mercado cripto.
O golpe
Uma perda enorme de quase R$ 70 milhões deixou agitado o mercado financeiro de moedas virtuais. Os administradores da plataforma financeira Bybot, que controlava milhares de criptoativos de centenas de investidores espalhados pelo Brasil, Estados Unidos e Europa, simplesmente sumiram.
E junto com eles todo o dinheiro dos clientes. Muitos boletins de ocorrência foram registrados em São Paulo, mas há vítimas em vários outros estados, além do Distrito Federal.
“O principal executivo da Bybot, Gustavo de Macedo Diniz, 27 anos, deletou todas as redes sociais, apagou os canais de comunicação e fechou a plataforma para saques. Nenhum dos investidores consegue, desde a última sexta-feira (25/8), sacar a quantia que estava depositada nas carteiras. Antes assíduo nas redes sociais e sempre gravando lives, Gustavo, que passou a ser apelidado de o “Engomadinho do Bitcoin”, teria fugido do país em direção à Ásia”.
Com uma lábia afiada, abusando de simpatia e inspirando confiança, o administrador da plataforma costumava gravar vídeos para os seguidores e mostrava que o negócio era “seguro” e totalmente legalizado. A Bybot operava principalmente com a chamada arbitragem de criptoativos.
O processo é bastante conhecido no mercado de ações. Quando um investidor decide trabalhar por esse método, ele começa a negociar ativos por preços baixos e oferecê-los em plataformas que pagam um preço maior. A diferença, então, fica com o investidor.
Veja imagens do “engomadinho do Bitcoin”:
![Comando Vermelho cai em golpe e cobra a cabeça do "Engomadinho do Bitcoin"](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/08/engo2-513x640-1.webp)
![Comando Vermelho cai em golpe e cobra a cabeça do "Engomadinho do Bitcoin"](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/08/engo1-626x640-1.webp)
![Comando Vermelho cai em golpe e cobra a cabeça do "Engomadinho do Bitcoin"](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/08/engo3-520x640-1.webp)
Fuga rápida
Gustavo Diniz desfrutava dos frutos do êxito financeiro alcançado através da plataforma, viajando pelo mundo.
Nascido em Mogi das Cruzes, São Paulo, o operador de mercado se distanciou da família – que leva uma vida modesta no interior paulista – para viver uma rotina de ostentação. Antes de deletar suas redes sociais, o gestor da Bybot postava fotos em resorts luxuosos, estações de esqui ou curtindo praias paradisíacas.
Sem se identificar, um empresário do DF que perdeu 15 mil dólares afirmou que o golpe ocorreu muito rapidamente.
“Não sabemos, de fato, o que aconteceu. Estávamos todos aguardando a suposta manutenção e, repentinamente, o Gustavo derrubou o site, apagou o perfil no Instagram e sumiu do Telegram” relatou.
Assim que a Bybot foi retirada do ar, Gustavo Diniz desapareceu, sem deixar rastros nas redes sociais ou aparecer pessoalmente. Dizem que ele mantinha uma operação da plataforma na Tailândia.
“A suspeita de muitas pessoas que perderam fortunas e estão no encalço dele é que o destino do golpista tenha sido Bangkok” relatou o empresário.