A atriz Sabine Boghici, de 49 anos, que foi acusada de cometer um golpe de R$ 720 milhões contra a própria mãe, faleceu após uma queda do 5º andar de um edifício na zona Sul do Rio de Janeiro.
O que aconteceu
O corpo será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Sabine foi internada no Hospital Municipal Miguel ontem, mas não sobreviveu aos ferimentos.
A situação está sob investigação pela 15ª DP (Delegacia de Polícia) na Gávea, que realizará diligências para esclarecer os fatos.
A suspeita foi detida em agosto do ano passado. Contudo, em março deste ano, a Justiça do Rio concedeu liberdade provisória a Sabine. O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 23ª Vara Criminal, considerou que ela não representava uma “pessoa de alto grau de periculosidade”.
Dentre os delitos pelos quais ela e os demais acusados são acusados estão estelionato, extorsão, roubo majorado, sequestro e cárcere privado — todos enquadrados como “crimes continuados”, alguns até em 40 instâncias.
A ação que resultou na prisão de Sabine e dos outros ocorreu em 10 de agosto do ano passado, executada pela Polícia Civil. Sabine foi acusada de subtrair 16 obras de arte de sua própria mãe, incluindo peças de Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti.
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Apenas uma das pinturas, “Sol Poente” de Tarsila do Amaral, foi avaliada em R$ 250 milhões.
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Quem é a família dona de acervo de obras
As obras que foram retiradas da mãe de Sabine integravam a coleção de um dos mais significativos “marchands” e colecionadores de arte do Brasil, Jean Boghici, que faleceu em 2015, aos 87 anos, deixando um acervo artístico estimado em mais de R$ 700 milhões para sua companheira.
O pintor romeno, que começou a colecionar obras nos anos 1960, possuía a galeria Relevo na capital carioca e construiu um dos acervos mais relevantes de arte brasileira.
Jean Boghici imigrou para o Brasil em 1948 para evitar as repercussões da Segunda Guerra Mundial na Romênia, chegando ao Rio de Janeiro em um navio francês. Nos primeiros meses, ele trabalhou no conserto de rádios e dormia na areia da praia.
Filha se identificava como artista e defensora da causa animal
Suspeita de extorquir a mãe, Sabine Coll Boghici, 48 anos, era conhecida como atriz, cantora e colecionadora de brinquedos antigos em colunas sociais do Rio de Janeiro.
A carioca, que possuía mais de 3 mil itens em sua coleção de peças antigas, adotava apenas o sobrenome da mãe em seu nome artístico e sempre se esforçava para associar seus projetos à causa animal. Em 2011, ela se uniu a artistas como Lui Medeiros para um espetáculo na Lapa, chamado “Solidariedade Animal”, visando angariar recursos para o Abrigo João Rosa, que acolhe cães abandonados.
Anos depois, em 2019, Sabine participou do programa “Sem Censura”, da TV Brasil, para discutir seu papel como fundadora do Centro de Reabilitação Animal (CRASB), uma ONG dedicada ao resgate de animais em situação vulnerável.