A cachorrinha Estopinha, considerada a primeira influencer pet do Brasil, foi cremada na tarde desta quarta-feira (20) em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, em uma cerimônia de despedida emocionante organizada pela família do veterinário Alexandre Rossi, tutor do animal.
Com uma base de seguidores que ultrapassa os 825 mil no Instagram, Estopinha faleceu na mesma manhã, na residência em que compartilhava com a família Rossi.
O falecimento do pet foi comunicado pelo próprio Alexandre Rossi, que nos últimos dias havia compartilhado as questões de saúde enfrentadas pelo cãozinho, que contava com 14 anos de idade.
A cerimônia de despedida da cachorrinha foi transmitida ao vivo pelas redes sociais do crematório de animais em São Bernardo, denominada como “live de despedida da nossa querida Estopinha”.
O velório que durou um pouco mais de uma hora incluiu coroas de flores, uma imagem de São Francisco de Assis (o padroeiro dos animais), e contou com a presença de amigos da família Rossi, bem como admiradores da cachorrinha.
Uma das coroas exibia uma mensagem que prometia manter viva a memória da cachorrinha:
“Topa, Obrigado pelos melhores anos das nossas vidas. Prometemos manter vivo o seu legado”.
Durante a cerimônia, Alexandre Rossi ressaltou como o vínculo das pessoas com os animais pode contribuir para a superação de desafios familiares e emocionais.
“Muita gente me escreveu contando como se curaram da depressão, como a família ficou mais feliz e como uma casa mais suja, mais cheia de pelo, faz toda a diferença. E não importa se é de raça ou viralatinha, se é adotado ou não. Eles mudam as nossas vidas. E fico feliz de receber o abraço de vocês e ouvir as histórias de vocês, do cachorro de vocês” afirmou.
“Espero que a gente tenha aproveitado os holofotes que brilharam através da Estopinha para debater a necessidade do bom relacionamento das pessoas com os animais. Pessoal diz que internet é lugar de raiva, ódio e para extravasar, mas o que a gente tem recebido é só muito, muito amor” disse ele.
“Que seja uma gotinha no oceano, de pessoas que não se conhecem, cada vez mais terem empatia por um bichinho e por outras pessoas” completou.
Quanto custa a cremação de um pet?
O G1 investigou que o local onde Estopinha foi cremada disponibiliza serviços de despedida para animais, com preços oscilando entre R$ 1.200 e R$ 7 mil.
A cremação coletiva padrão, que inclui a remoção do corpo do animal pela empresa, é oferecida pelo valor de R$ 1.200. Nesse serviço, o tutor não recebe as cinzas do animal.
A cremação individual, que inclui a entrega das cinzas do animal, possui valores que variam de R$ 1.500 a R$ 7.000, dependendo dos serviços adicionais escolhidos pela família e do tipo de urna desejada para a guarda das cinzas.
A empresa afirma ter uma trajetória de 26 anos no mercado e destaca-se por ter sido pioneira na Grande São Paulo a oferecer esse tipo de serviço funerário na localidade.
Quando contratam esses serviços, os proprietários dos animais têm a opção de decidir se desejam ou não realizar um velório para o seu animal de estimação.
A empresa declarou que algumas salas de velório do local estão equipadas com recursos para transmissão online, permitindo que as famílias compartilhem a cerimônia de despedida com amigos e parentes de maneira privada (somente aqueles que recebem o link podem acessar a transmissão).
A duração dos velórios é de aproximadamente 50 minutos, de acordo com informações fornecidas pela empresa por telefone.
Histórico
Nesta quarta-feira (20), o veterinário Alexandre Rossi anunciou o falecimento da cachorrinha Estopinha, reconhecida como a primeira influenciadora pet do Brasil, na cidade de São Paulo.
Em uma mensagem compartilhada em suas redes sociais, Alexandre Rossi expressou sua profunda tristeza com a notícia, após compartilhar 14 anos de vida com a querida cadelinha.
“Estopinha se foi… dormimos juntinhos e ela estava sem dor. Isso era o mais importante pra mim. Recebeu cuidados durante a noite e pode descansar na minha cama com todo o carinho que podia dar. Mesmo assim estou muito mal. Uma parte de mim foi destruída. 14 anos de convívio intenso e muito amor, aventura e travessuras. Valeu cada segundo com ela. Obrigado pelo carinho de vocês todos. Significam muito pra gente” escreveu.
Morte enquanto dormia
“Ela partiu do meu lado, dormindo comigo na cama, sem dor. Eu fiz essa escolha por ela e desejo que ela tenha ido em paz, sentindo todo o amor que todos nós temos por ela” acrescentou.
Na noite de terça-feira (19), Rossi havia informado aos seus seguidores que a saúde da cadela estava debilitada e que havia a preocupação de que ela não sobrevivesse até a madrugada.
“Não sei mais quanto tempo tenho com a Estopinha. Hoje fiquei muito mal. Senti a casa toda triste e chorei muito. Hj fizemos mais exames e estou muito ansioso para ver alguma melhora” escreveu.
Problemas de saúde
Antes de seu falecimento, Estopinha já enfrentava problemas de saúde há algumas semanas, conforme mencionado por seu tutor. Recentemente, Alexandre Rossi havia compartilhado nas redes sociais com seus mais de 1,3 milhão de seguidores que a cachorrinha estava enfrentando sérios problemas de saúde.
De acordo com o tutor, o problema teve início com uma infecção na unha e foi se agravando, levando a cachorrinha de 14 anos a ser hospitalizada em uma clínica veterinária na cidade.
Estopinha, considerada uma cadelinha idosa, já enfrentava problemas estomacais que se complicaram devido à necessidade de tomar medicamentos por via oral. O tutor da cachorrinha, Alexandre Rossi, é veterinário, zootecnista e especialista em comportamento animal, além de apresentar um segmento sobre animais de estimação no programa “Encontro com Patrícia Poeta”.
Rossi vinha compartilhando atualizações sobre o estado de saúde da cadelinha e também desabafando. Ele realiza transmissões ao vivo quase diariamente e menciona que essas interações o auxiliam a “processar o luto que vive”. Na quarta-feira (13), ele precisou cancelar sua programação para levar Estopinha ao veterinário.
“Se eu sentir que ela não vai ter uma qualidade de vida ou que a saúde dela está muito deteriorada, e o sofrimento vai ser muito grande e prolongado, eu vou deixar ela ir, não importa o que que outras pessoas vão sentir. Eu coloco a qualidade de vida dela em primeiro lugar” declarou naquela data.
Na ocasião, entretanto, o tutor buscava manter uma mentalidade positiva.
“Eu não perdi as esperanças de ela melhorar e ainda curtir a vida. Ela tem 14 anos, é uma idosa, a saúde dela não é perfeita, mas ela também tinha uma qualidade de vida muito boa e, se eu recuperá-la, com a ajuda de toda a equipe veterinária e todo o carinho que vocês estão mandando, e conseguir mais um ou dois anos de vida sem sofrimento ou com sofrimento controlado, que valha a pena, eu vou tratar com os analgésicos, com o que precisar. Eu estou com esperanças de que ela vai ficar boa. Ela já me deu vários sustos e, se Deus quiser, ela vai continuar me surpreendendo com a longevidade dela e com o prazer de viver” compartilhou em seu perfil no Instagram.
Apesar da esperança, Alexandre reconhece que o processo de luto já havia se iniciado e, mesmo sendo alguém que sempre ajudou outras pessoas a enfrentarem essa situação, ele admite que não está sendo fácil.
“Por aqui meu luto começou quando notei as mudanças no comportamento da Topa com a chegada da velhice” admitiu.
Adoção da cachorra
Em 2009, Alexandre Rossi adotou Estopinha, que não era um filhote e já havia sido devolvida duas vezes por famílias que não conseguiam lidar com seu “jeito muito arteiro”.
A iniciativa do tutor era usar a adoção como uma oportunidade de ensinar ao público como lidar com cães agitados e oferecer uma segunda chance aos animais.
Atualmente, no Instagram, Alexandre possui uma base de seguidores que ultrapassa 1,3 milhão. Além disso, ele realiza transmissões ao vivo regularmente e compartilha vídeos no YouTube.
Estopinha possui seu próprio perfil no Instagram, intitulado @estopinharossi, que conta com uma audiência de 752 mil seguidores.