A campeã olímpica Walewska, cujo falecimento ocorreu na noite de quinta-feira (21), enviou uma mensagem ao seu marido através de um aplicativo de mensagens pouco antes de cair do 17º andar de um edifício localizado no bairro de Cerqueira César, na zona sul de São Paulo.
Essa informação foi confirmada pelo próprio esposo da ex-atleta e está registrada no boletim de ocorrência da polícia paulista.
Os investigadores continuam a analisar as circunstâncias da morte da ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei, e a hipótese de suicídio não está descartada, de acordo com o relatório emitido pelo 78º Distrito Policial, situado no bairro dos Jardins, na zona oeste da capital paulista.
Conforme consta no relatório, o óbito de Walewska ocorreu aproximadamente às 18 horas da quinta-feira.
A administradora do edifício informou que a campeã olímpica teria caído do 17º andar, onde a área de lazer do prédio está situada. O acesso a esse local é controlado por meio de reconhecimento facial, utilizando uma porta de vidro, e é reservado apenas aos residentes do edifício.
Registros do sistema de vigilância do estabelecimento exibem Walewska entrando na área de lazer às 16h50, em um momento solitário “carregando uma garrafa de vinho e uma pasta com papel sulfite, onde foi feita uma carta que seria da vítima aparentemente de despedida”, conforme relato no boletim de ocorrência.
Mensagem de Walewska ao marido
Em seu depoimento à polícia, o esposo relatou que deixou o apartamento para ir trabalhar por volta das 7h15 e retornou às 17h30, momento em que não encontrou Walewska em casa.
Diante disso, optou por deitar-se para descansar. Às 18h07, ele informou ter recebido uma mensagem pelo WhatsApp de Walewska, na qual ela abordava questões relacionadas ao relacionamento e à decisão dele de se separar.
Cerca de às 18h29, o marido relatou ter recebido uma mensagem em um grupo de moradores do condomínio, que informava sobre um acidente e solicitava que alguém conversasse com ele.
Contudo, o remetente da mensagem não foi mencionado no boletim de ocorrência. Nesse momento, o parceiro de Walewska pegou o interfone para fazer uma ligação para a portaria, quando, coincidentemente, a campainha de sua própria residência tocou.
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De acordo com as informações fornecidas pela polícia, foi a administradora do edifício que comunicou a ele o falecimento.
“Ele ficou muito impactado e abalado com a notícia, tendo permanecido no imóvel, pois não queria ver sua mulher naquela situação” de acordo com o documento da polícia.
Investigação da morte
As autoridades do estado de São Paulo divulgaram uma declaração informando que estão conduzindo uma investigação sobre o ocorrido.
“A Polícia Civil investiga a morte de uma mulher de 43 anos, ocorrida por volta das 18h00 de quinta-feira (21), no bairro de Cerqueira César, em São Paulo. Foi solicitada perícia ao local. Detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial” diz o comunicado.
Na semana atual, a ex-atleta esteve na cidade de São Paulo, onde participou de uma entrevista em um podcast e visitou uma escola para promover sua biografia, que foi lançada no começo do ano. Ela compartilhou seus últimos momentos de vida através de suas próprias postagens nas redes sociais.
Durante sua carreira profissional, que abrangeu mais de 24 anos, a jogadora central representou inúmeros clubes em território brasileiro e também teve experiências em equipes da Rússia, Itália e Espanha.
Walewska encerrou sua trajetória no esporte em maio do ano passado, atuando pelo Praia Clube, localizado em Uberlândia.
“Despeço-me das quadras cheia de amor no coração, e com a tranquilidade de que me dediquei o máximo, colhendo os frutos do merecimento! Muito orgulho da minha trajetória e do meu amor pelo esporte” escreveu a central, após o último jogo da carreira.
Como forma de prestar uma homenagem à ex-jogadora, o Praia Clube optou por aposentar a camisa número 1, que havia sido utilizada por ela.
Wal também é celebrada por sua notável trajetória com a seleção brasileira. A jogadora, que recebeu sua primeira convocação de Bernardinho em 1998, integrou o time de vôlei feminino por uma década e desempenhou um papel fundamental na conquista da histórica medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim, em 2008.
Ela também representou a equipe brasileira nas Olimpíadas de Sidney em 2000 e nas de Atenas em 2004.
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