A motorista de aplicativo Sheilla Angelis de Almeida, de 36 anos, desaparecida desde 9 de setembro após aceitar uma corrida solicitada, foi vítima de agressão com telhas, esfaqueamento e asfixia antes de ser morta em Divinópolis (MG).
Detalhes da investigação foram revelados hoje pela Polícia Civil de Minas Gerais.
O que aconteceu:
A motorista foi vítima de latrocínio, com o suspeito identificado como Rafael Monteiro de Sena, preso em 1º de outubro no Rio de Janeiro. A namorada dele, Letícia Joice de Oliveira, também foi detida, suspeita de ter conhecimento sobre a ocultação do cadáver da motorista.
O investigado admitiu, em depoimento à polícia, a autoria do crime contra a motorista, conforme divulgado pela corporação em coletiva de imprensa.
A polícia detalhou que Sheilla foi agredida na cabeça, estrangulada com uma corda e esfaqueada nas costas após ser colocada dentro do porta-malas do próprio carro.
“Ele tentou desmaiá-la com um golpe de asfixia, mas não conseguiu. Ele viu que no solo tinham pedaços de telhas e bateu na cabeça dela. Ainda que sangrando, ela reagiu. Ele pega uma corda e com o uso dela tentou enforcá-la, momento que ela desfaleceu” explicou o delegado Wesley de Castro.
O laudo pericial está pendente para determinar a causa da morte. Em 27 de setembro, um corpo altamente decomposto foi achado em Marilândia, distrito de Itapecerica (MG). Familiares de Sheilla confirmaram que o tênis encontrado no local era dela.
A Polícia Civil esclareceu também que está aguardando os resultados da perícia para confirmar se o corpo encontrado pertence a Sheilla.
Dinâmica do crime e prisão
O suspeito teria solicitado uma corrida com a motorista horas antes de cometer o crime.
“Ao meio-dia, o investigado ligou diversas vezes acionando o aplicativo tentando uma corrida, quando quem aceitou foi a Sheilla. A princípio essa corrida tinha como objetivo estudar a vítima, como ela trabalhava, a eventual forma de abordagem dela para cometer o crime” acrescentou Castro.
Ele teria registrado o número de contato da vítima para agendar futuras viagens. Algumas horas após o primeiro contato, ele telefonou para Sheilla, utilizando o celular de outra pessoa, e solicitou novamente o serviço.
“Por volta das 18h30, o suspeito procurou um adolescente e pediu o telefone dele emprestado para ligar para Sheilla, solicitando uma nova corrida, inclusive informando que seria o mesmo rapaz que havia feito a corrida ao meio-dia, com objetivo de ter a confiança dela, e utilizando telefone de terceiro para apagar qualquer registro que ligasse a ele” declarou o delegado.
Após o crime, o suspeito deixou os dois celulares da vítima no local.
Em seguida, Rafael e sua namorada deixaram o corpo de Sheilla em uma estrada e escaparam para o Rio de Janeiro usando o carro dela.
A polícia verificou que durante a viagem, o suspeito utilizou o cartão bancário da vítima para pagar pedágios em rodovias de Minas Gerais.
Embora os investigadores tenham identificado o suspeito nos dias seguintes ao crime, a prisão do casal ocorreu posteriormente no Rio de Janeiro, relacionada a outro delito.
Enquanto estavam com o carro da vítima, foram flagrados com gatos presos no veículo, resultando na detenção por crime ambiental.
Após receberem uma denúncia, policiais militares compareceram ao local e avistaram um casal próximo ao veículo. O casal afirmou ser o proprietário dos animais. Ao apresentarem a documentação do veículo, os agentes constataram que havia um alerta relacionado àquele carro.
O caso permanece em investigação para esclarecer se houve envolvimento de outras pessoas no crime.