Nesse sábado (21), O Tribunal do Júri proferiu uma sentença condenando Guilherme Raymo Longo, técnico em informática, a 40 anos de prisão pelo homicídio de seu enteado, Joaquim Ponte Marques, de 3 anos de idade.
A mãe da criança, a psicóloga Natália Mingoni Ponte, foi absolvida. Importa ressaltar que cabe recurso.
O que aconteceu:
O acontecimento teve lugar em 2013, no interior de São Paulo. O cadáver de Joaquim foi descoberto em um rio, na cidade de Barretos, cinco dias após seu desaparecimento ter sido relatado em Ribeirão Preto, onde ele residia com sua família.
A criança sofria de diabetes. Ao que tudo indica, Joaquim faleceu dentro de casa depois de receber uma dose excessiva de insulina, que é utilizada no tratamento da doença. Embora o padrasto não confirme, conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público, ele teria administrado 160 doses de insulina na criança.
Posteriormente, de acordo com a acusação do Ministério Público, Longo teria descartado o corpo da criança em um córrego nas proximidades da residência da família.
Em 2016, Longo admitiu a autoria do homicídio de seu enteado. Em uma entrevista concedida à TV Record em Ribeirão Preto, ele afirmou que “não raciocinou direito” e acabou “fazendo besteira”. Conforme o padrasto, o menino foi estrangulado e, em seguida, seu corpo foi lançado em um córrego.
Ele alegou que o crime foi perpetrado com a intenção de melhorar o relacionamento com a mãe de Joaquim.
“Ela ia ter mais tempo para se dedicar a mim, ao nosso relacionamento, porque realmente a criança demanda muito esforço… eu achava que isso ia resolver, né?” comentou na entrevista de 2016.
Por sua vez, a defesa alegava que não existia qualquer evidência que implicasse o seu cliente.
Durante os seis dias do julgamento, foram prestados depoimentos de 31 testemunhas, além de serem realizados os interrogatórios dos réus. Após isso, os sete jurados se reuniram em deliberação na sala reservada para votar nos quesitos.
Os jurados absolveram a mãe, que estava sendo julgada por negligência. O Ministério Público alegava que a mãe tinha a obrigação de zelar pela integridade física e mental da criança e não o fez, algo que a defesa sempre contestou. Natália chegou a ser detida, mas estava respondendo ao processo em liberdade.
O casal se conheceu em uma clínica de reabilitação, onde Natália estava trabalhava e Longo estava em tratamento. Na ocasião do delito, ele declarou perante a Justiça que estava lutando contra o vício em cocaína.
O padrasto foi detido imediatamente após a descoberta do corpo de Joaquim, mas obteve um habeas corpus em fevereiro de 2016, permitindo-lhe responder ao processo em liberdade.
Em dezembro do mesmo ano, ele fugiu do Brasil usando documentos falsos e foi para o Uruguai, posteriormente dirigindo-se para a Espanha. Atendendo ao pedido do governo brasileiro, a Espanha o entregou ao Brasil em 2018.
Nesse sábado (21), Longo recebeu uma condenação pelo crime de homicídio qualificado, com agravantes de motivo fútil, utilização de meio cruel, emprego de recurso que impediu a defesa da vítima, e cometido contra pessoa menor de quatorze anos de idade. A sentença estabeleceu uma pena de 40 anos de prisão, em regime inicial fechado.
![Caso Joaquim: Justiça impõe sentença de 40 anos de prisão para padrasto e absolve mãe](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/10/Screenshot_1169.jpg.webp)