Um motorista de ônibus encontra-se hospitalizado com queimaduras de terceiro grau depois de um ataque por milicianos ao coletivo no qual trabalhava no Rio de Janeiro na última segunda-feira, 23.
Conforme informações de O Globo, ele sofreu os ferimentos ao retornar ao veículo para recuperar uma bolsa contendo documentos.
O caso ocorreu no Largo do Aarão, localizado em Santa Cruz, na zona oeste do Rio. O motorista da linha 804 da Viação Pegaso encontra-se hospitalizado no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Municipal Pedro II. O indivíduo apresenta lesões no rosto e nos braços.
“A situação é lamentável porque o motorista estava ali exercendo as suas funções e teve queimaduras. Por questões de segurança, ele não quer ser identificado” comunicou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, ao jornal.
Sebastião José, o líder do Sindicato dos Rodoviários, declarou que, embora não tenha havido agressões físicas aos motoristas, o pânico se disseminou de tal maneira que os trabalhadores só puderam abrir as portas dos ônibus para permitir que os passageiros desembarcassem e deixassem a área, com receio de um possível incêndio fatal.
“Com certeza afeta o psicológico do profissional que já convive diariamente com a violência nas ruas, comprovando a falta de planejamento e a total desorganização do Estado na área da segurança, deixando a sensação de que isso pode ocorrer novamente a qualquer momento. Muito ainda precisa ser feito para devolver a tranquilidade aos usuários e profissionais da categoria” afirmou ao O Globo.
Caos no Rio
A zona oeste do Rio de Janeiro viveu um dia caótico na última segunda-feira, com o incêndio de 35 ônibus, o bloqueio de vias e a suspensão das aulas, tudo decorrente do falecimento de um líder de uma milícia atuante na região, Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteus.
Ele veio a óbito em um confronto com agentes da Polícia Civil, na comunidade de Três Pontes, situada no bairro de Santa Cruz. O miliciano ocupava a segunda posição na hierarquia da milícia liderada por seu tio, Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, que opera na região.
Além dos ônibus, automóveis e pneus também foram incendiados por ordem de criminosos. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro declarou o estágio de mobilização, o segundo nível em uma escala de cinco, sinalizando a possibilidade de ocorrências de grande impacto na cidade.
No tiroteio ocorrido no mesmo evento que resultou na morte de Faustão, um garoto de dez anos sofreu um ferimento superficial provocado por um disparo.