Um bebê gravemente doente, que era o foco de uma disputa legal no Reino Unido, faleceu após o desligamento do aparelho de suporte que a mantinha viva.
A equipe do Centro Médico Queen’s (QMC) em Nottingham, Inglaterra, informou que não havia nada a ser feito por Indi Gregory, portadora de um distúrbio mitocondrial.
A doença é caracterizada por disfunções na mitocôndria, uma estrutura crucial das células responsável pela produção de energia.
O pai de Indi, Dean Gregory, relatou que a bebê de oito meses faleceu às 01h45, horário local, desta segunda-feira (13/11), após ser transferida para uma unidade de cuidados paliativos.
Ele mencionou que a mãe, Claire Staniforth, “segurou a menina nos últimos suspiros”.
Indi foi encaminhada para o local após uma decisão judicial emitida na sexta-feira (10/11), que determinou que o dispositivo de suporte vital, responsável por manter a menina viva, não poderia ser retirado da residência onde ela morava.
A organização Christian Concern, que tem apoiado a família, informou que Indi foi transferida para uma unidade de cuidados paliativos no sábado (11/11), com assistência de uma ambulância e escolta de segurança.
O grupo relatou que ela permaneceu tranquila e dormiu durante a viagem.
Na unidade de cuidados paliativos, o dispositivo de suporte à vida foi desligado, e ela passou a receber ventilação invasiva.
Gregory afirmou que sabia que Indi “era especial desde o dia em que ela nasceu”.
Batalha jurídica
Nos últimos meses, os pais de Indi, residentes em Ilkeston, também no Reino Unido, iniciaram uma série de ações legais na tentativa de prolongar a vida da filha.
Indi sofria de uma doença mitocondrial que impossibilita as células do corpo de gerar energia. O sistema de saúde britânico (NHS, na sigla em inglês) alega que a doença é incurável.
Apoiada pelo Christian Legal Centre, uma organização vinculada ao Christian Concern, a família buscou convencer o Tribunal Superior, o Tribunal de Recursos, ambos do Reino Unido, e os juízes do Tribunal Europeu de Direitos Humanos de que ela deveria continuar a receber cuidados.
Especialistas afirmaram que Indi estava em fase terminal e que o tratamento que ela estava recebendo causava dor e era considerado desnecessário, mas os pais discordavam dessa avaliação.
O casal também buscou transferir Indi para um hospital em Roma, na Itália, no entanto, a ideia não se concretizou.