“Me ajudem, fui agredida e jogada para fora de casa pelo meu marido”. O apelo, feito neste sábado (2), do outro lado do mundo, provém de Jackeliny Bastos, brasileira de 34 anos.
Em março do ano passado, ela conheceu um coreano por meio de um aplicativo de namoro, e os dois começaram a se relacionar à distância, pela internet.
Não demorou para que, em novembro, ele viesse ao Brasil e os dois finalmente se encontrassem. A empolgação foi tanta que ela passou a registrar tudo em um perfil do casal nas redes sociais.
O relacionamento tornou-se mais sério, e ela se apaixonou cada vez mais, decidindo então ir morar com ele na Coreia do Sul.
No entanto, ao chegar lá, não imaginava que o homem mudaria drasticamente de comportamento. O parceiro amoroso revelou-se uma pessoa violenta, implacável e controladora.
“Eu fui enganada, vivi um casamento maravilhoso, onde tudo era bom, mas ele se transformou em duas semanas. Ele não me deixava ter acesso ao celular, eu nem comia porque tudo era jogado na minha cara, ele dizia que só ele comprava. Eu não almoçava e às vezes nem jantava” declarou Jackeliny em um vídeo postado em um perfil no Instagram, criado justamente para compartilhar o cotidiano do casal.
!["Fui enganada", relata brasileira vítima de violência pelo marido sul-coreano](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/12/2-Fui-enganada-relata-brasileira-vitima-de-violencia-pelo-marido-sul-coreano.jpg.webp)
Ela relata que o homem, responsável por agredi-la e subjugá-la, a expulsou abruptamente de casa. Além disso, ela foi privada do acesso aos seus cartões de crédito. Anteriormente, ele estaria exercendo controle sobre sua vida financeira.
“Ele me largou, me deixou à própria sorte. Eu não acredito ainda, gente. É muito difícil para mim acreditar numa situação dessa. Estou acabada, destruída, não consigo dormir, não consigo comer. Eu estou aqui onde ninguém fala minha língua, estou sozinha, desesperada, eu não sei nem se consigo chegar ao Brasil. A minha família pede para que eu fique calma, mas é muito difícil.”
O GLOBO entrevistou a mãe de Jackeliny, Rubenita Bastos, de 53 anos. Ela afirma que, atualmente, a filha está em segurança, acolhida por mulheres coreanas que se solidarizaram com a situação dela. No entanto, os familiares estão unidos na missão de angariar fundos suficientes para trazê-la de volta.
“Agora ela está bem, com umas moças da Coréia que levaram ela para casa. Está tudo em paz. Mas estamos tentando arrecadar dinheiro para ver se ela volta, porque conseguimos voos só até Guarulhos (eles vivem em Santarém, no Pará), ficava muito caro, a passagem chegava a R$ 10 mil. Estamos nos movimentando para vero que conseguimos. Mas ela agora acredito que esteja fora de perigo, graças a Deus.”
Nas redes sociais do homem identificado como Jinyong Lee, não há nenhuma publicação. No entanto, o perfil criado por Jacky para o casal ainda preserva diversas imagens dele, incluindo momentos descontraídos em que ele aparece cantando, dançando ou expressando seu amor pela brasileira.
!["Fui enganada", relata brasileira vítima de violência pelo marido sul-coreano](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/12/3-Fui-enganada-relata-brasileira-vitima-de-violencia-pelo-marido-sul-coreano.jpg.webp)
Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.