O PM preso por matar a esposa em público havia se casado com a vítima apenas seis meses antes. O incidente ocorreu na madrugada do último domingo (3) em Perus, zona norte de São Paulo.
O que aconteceu:
O soldado Thiago Cesar de Lima, 36 anos, e Erika Ferreira, 33, celebraram a união no final de maio, conforme evidenciado por postagens nas redes sociais da vítima.
Nas plataformas online, a coordenadora comercial compartilhou fotos do evento, retratando momentos do casamento, incluindo imagens do casal, dos padrinhos e das madrinhas. Uma das fotografias apresenta a mulher vestida de branco, com véu e tênis branco, sobre uma motocicleta BMW de alta cilindrada.
Um vídeo divulgado nas redes sociais exibe um “corredor” de convidados e, ao final, Thiago acelera a moto com sua companheira na garupa, sorrindo com uma taça em mãos.
Erika deixa duas filhas. O sepultamento está programado para esta tarde em um cemitério de Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo.
![PM se casou com vítima seis meses antes de agredi-la e matá-la em SP](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/12/2-PM-se-casa-com-vitima-seis-meses-antes-de-agredi-la-e-mata-la-em-SP.jpg.webp)
Entenda o caso:
O soldado Thiago Cesar de Lima relatou à polícia que a discussão com sua esposa teve início no interior do carro durante a madrugada de domingo (3), na rua Bananalzinho.
Imagens mostram a mulher saindo do veículo e abrindo uma das portas traseiras, onde o marido se encontra. Ela tenta retirá-lo do carro e desfere um soco nele.
O policial, que estava de folga, desce do veículo desferindo diversos socos na mulher e dispara tiros à queima-roupa. Moradores vizinhos são testemunhas dessa cena de violência.
![PM se casou com vítima seis meses antes de agredi-la e matá-la em SP](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2023/12/3-PM-se-casa-com-vitima-seis-meses-antes-de-agredi-la-e-mata-la-em-SP.jpg.webp)
A vítima permanece no chão, e o agressor volta ao carro para se retirar. Depois, ele retorna e arrasta a mulher até o veículo.
A vítima foi conduzida ao Pronto-Socorro do Hospital Geral de Taipas, na zona norte, onde veio a falecer. O policial militar foi detido em flagrante por feminicídio, e uma pistola calibre .40 foi recolhida para análise pericial.
O policial foi levado ao Presídio Militar da Romão Gomes, e a Corregedoria foi acionada. O caso foi oficialmente registrado como feminicídio pela 4ª Delegacia de Defesa da Mulher Norte.
Na tarde de segunda-feira (4), a Justiça de São Paulo transformou a prisão em flagrante do soldado em prisão preventiva (sem prazo determinado) durante a audiência de custódia. A Universa busca contato com a defesa do soldado.
Em caso de violência, denuncie
Ao testemunhar episódios de agressão contra mulheres, entre em contato com o número 190 e faça a denúncia.
A maior parte dos casos de violência doméstica é perpetrada por parceiros ou ex-parceiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões praticadas por familiares.
Denúncias podem ser feitas através do número 180, a Central de Atendimento à Mulher, e do Disque 100, que investiga violações aos direitos humanos.
Outras opções incluem o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica têm um prazo de até seis meses para realizar a denúncia.