Uma criança de três anos foi localizada sem vida dentro de uma van escolar na Mooca, zona leste de São Paulo.
O que aconteceu:
O garoto foi encontrado debaixo do banco da van escolar, conforme relatos preliminares da Polícia Militar.
A motorista foi detida em flagrante por homicídio culposo, caracterizado pela ausência de intenção de matar.
Por volta das 16h, ao buscar a criança na escola, a motorista foi informada por uma funcionária da instituição de que o menino não havia sido levado para lá naquela segunda-feira. O incidente ocorreu na rua Barra do Turvo com a rua Sussui.
Ao retornar ao veículo, a motorista descobriu a criança debaixo do banco, já sem vida.
Quando as viaturas chegaram ao local, a criança apresentava sinais de rigidez cadavérica, sugerindo que a morte teria ocorrido algumas horas antes, conforme relatou o Capitão Anderson, da PM, ao programa Brasil Urgente (TV Bandeirantes).
Um vídeo exibe uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e viaturas da Polícia Militar no local onde a van escolar se encontrava. Agentes isolaram parte da rua. A gravação foi compartilhada pela página Viva ABC no Facebook.
O pai da criança esteve presente no local onde a van foi estacionada e estava “desolado”, de acordo com o repórter da página Viva ABC.
Na tarde desta segunda-feira (18), o calor foi intenso. Às 14h (horário de Brasília), os termômetros apontaram 32ºC na cidade de São Paulo, conforme dados do Climatempo. A máxima prevista para o dia é de 33ºC, sem considerar a sensação térmica. Alguns termômetros de rua indicaram 35ºC no centro da capital paulista.
A ocorrência está sendo apresentada no 8ºDP (Brás). A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) informou que mais detalhes serão repassados após o término do registro de ocorrência.
Van escolar era particular, diz prefeitura
A van escolar onde o menino foi encontrado morto é particular e não está associada ao transporte escolar gratuito do município, conforme comunicado da Prefeitura de São Paulo, com base em informações do DTP (Departamento de Transportes Públicos).
O DTP iniciará o processo administrativo para revogar o cadastro municipal das condutoras escolares vinculadas ao veículo, assim como a licença da van escolar. O órgão está acompanhando as ações da polícia.
Cabe destacar que a contratação da van escolar privada ocorre entre o condutor e o responsável pela criança, não havendo intermediação da prefeitura.
A documentação está em conformidade, afirma a prefeitura.
O veículo, com fabricação em 2015, está cadastrado no sistema para o transporte escolar privado, e em situação regular. O veículo escolar passou por vistoria em março de 2023 e foi aprovado. Já a licença para o transporte escolar é válida até 08 de fevereiro de 2024. A documentação das motoristas é regular.
A prefeitura expressou pesar pelo ocorrido e comunicou que a DRE (Diretoria Regional de Educação) está acompanhando o caso. Além disso, o NAAPA (Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem), composto por psicólogos e psicopedagogos, foi acionado para prestar assistência à família.
Segundo caso em pouco mais de um mês
O incidente ocorrido nesta segunda-feira é o segundo em pouco mais de um mês na cidade de São Paulo. Em 14 de novembro, outro menino de dois anos faleceu após ter sido esquecido em uma van escolar no bairro da Vila Maria, na zona norte da cidade.
A van, com a criança dentro, permaneceu estacionada durante todo o dia. O motorista afirmou à polícia que pegou o menino em casa pela manhã para levá-lo à escola. Somente por volta das 16h, ao iniciar o processo de busca de crianças na escola no final do dia, ele percebeu que havia esquecido a criança no veículo.
A criança foi levada até o Hospital Vereador José Storopolli pelo próprio motorista, mas chegou sem vida à unidade de saúde, segundo informações da Polícia Militar.
O condutor e sua esposa, que desempenhava a função de auxiliar no transporte, foram inicialmente detidos, porém, obtiveram a liberação da Justiça de São Paulo mediante a adoção de medidas cautelares.
Em comunicado ao portal UOL, na ocasião, a defesa expressou profundo pesar pelo ocorrido e afirmou que o casal “lamentava muito o ocorrido e pretendia ajudar a família da criança, apesar de saber que isso não irá trazê-lo de volta”.
A avó de Apollo, Luzinete Rodrigues dos Santos, afirmou que a fatalidade que resultou na morte do neto foi ocasionada pela “irresponsabilidade” do casal encarregado do transporte escolar. As declarações foram concedidas à TV Globo.