A controladora do Pornhub, Aylo, concordou em pagar US$ 1,8 milhão (equivalente a R$ 9.432.000,00 reais) ao governo dos EUA para encerrar acusações de lucrar com tráfico sexual. Segundo autoridades americanas, a empresa negligenciou indícios de que mulheres eram enganadas e forçadas a aparecer em vídeos no site, especificamente relacionados ao conteúdo do canal Girls Do Porn (GDP).
Aylo expressou profundo arrependimento por hospedar tais conteúdos e, conforme revelado pelos documentos legais, continuou recebendo pagamentos do GDP mesmo após ter conhecimento das acusações de tráfico sexual envolvendo algumas das mulheres nos vídeos. Estas relataram ter sido coagidas a praticar atos sexuais diante das câmeras e enganadas sobre a distribuição dos vídeos.
Em 2021, sob o nome anterior de MindGeek, Aylo fechou um acordo extrajudicial com 50 mulheres. A empresa também administra outros sites populares, incluindo Youporn, Brazzers e Redtube. Segundo a promotoria do Distrito Leste de Nova York, Aylo foi acusada de receber fundos sabendo, ou deveria saber, que eram provenientes de operações de tráfico sexual.
No total, mais de 400 vítimas foram identificadas, e em 2021, Ruben Andre Garcia, produtor do GDP, foi condenado a 20 anos de prisão federal por coagir mulheres a participarem dos vídeos. No mesmo ano, as mulheres conseguiram os direitos sobre os vídeos e Garcia foi obrigado a pagar-lhes US$ 18 milhões em restituição.
O recente acordo com Aylo é conhecido como um acordo de acusação diferida, significando que a empresa será processada se não cumprir os termos estabelecidos nos próximos três anos. Este acordo implica monitoramento das autoridades, avaliação das políticas de moderação de conteúdo e investimento em filtragem de vídeos ilegais.
O procurador dos EUA, Breon Peace, declarou que o acordo responsabiliza a empresa pelo seu papel na hospedagem e aceitação de pagamentos de conteúdos criminosos, esperando que a resolução traga um fechamento às vítimas afetadas.
Aylo afirmou em comunicado que, apesar de receber formulários de consentimento assinados pelas mulheres nos vídeos do GDP, não tinha conhecimento de que foram obtidos sob coerção. A empresa enfatizou que não se declara culpada de qualquer crime e que o governo concordou em rejeitar as acusações após três anos, condicionado à adesão contínua ao Acordo de Acusação Diferida.