A vítima torturada com faca pelo ex-companheiro relatou que a tornozeleira do agressor emitiu diversos alertas durante as agressões que ocorreram por horas, na noite de 30 de dezembro.
O celular da vítima recebeu mais de 70 notificações indicando a proximidade do agressor, porém, ela não conseguiu visualizá-las, pois o aparelho estava nas mãos do suspeito.
O monitoramento eletrônico realizado pela tornozeleira também notificou a polícia; no entanto, de acordo com a vítima, os policiais não prestaram auxílio imediato. Ela foi submetida a diversas facadas nas pernas, perdendo sangue, em meio a horas de agressões e ameaças.
Em uma entrevista à TV Verdes Mares, a mulher relatou que o ex-companheiro invadiu sua residência, agarrando seus cabelos e proferindo ameaças. Ele a acusava de ser a responsável pelo fato de ele usar uma tornozeleira eletrônica.
“Ele foi logo entrando de uma vez e puxando meu cabelo, me agredindo. E começou a falar: tá vendo o que você fez comigo, sua desgraçada? Agora tu vai morrer. E ficava dizendo que ia me matar. Puxou meu cabelo e ficou dizendo que aquela tornozeleira era culpa minha e que ia me torturar a noite toda. Ele furou minhas pernas. Começou as agressões psicológicas dizendo que ia me matar e me rasgar de cima para baixo”, relatou.
![Tornozeleira de homem que torturou mulher com faca emite 70 alertas, e polícia não age](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/01/2-Tornozeleira-de-homem-que-torturou-mulher-com-faca-emite-70-alertas-e-policia-nao-age.jpg.webp)
Ela relatou que após horas de agressões, o agressor começou a filmar tudo com o celular e enviava mensagens para a mãe dele. Com as pernas feridas, ela estava impossibilitada de fugir e buscar ajuda.
Foi quando aguardou que ele adormecesse para pegar o celular dele e pedir auxílio à família. Os parentes receberam as mensagens e contataram a polícia.
“Ai depois ele pegou o celular e começou a gravar para mandar as mensagens para mãe dele. Sabendo que ele estava com aquela raiva, eu simplesmente não podia fazer nada. Só restou rezar e pedir a Deus para não acontecer nada. Ajuda de Deus em todo o tempo. E ele dizia que era o diabo. Quando eu vi que ele estava em um sono ferrado, eu peguei o celular que estava nas calças dele e fui para o quarto me arrastando e mandei mensagens para minha família. Aí disse: por favor chamem a polícia, porque eu estou sendo torturada”.
Ameaças e estupro
Em 30 de dezembro, um homem de 29 anos foi detido. Nas imagens, ele aparece agressivo, proferindo ameaças de morte à ex-companheira.
Olha aí que essa mulher merece. Olhem o sangue. Eu aqui com a faca na mão. (Vou) matar ela aqui. Cadê, se mostra aí declara o agressor ao filmar a mulher.
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A vítima ferida pede para o homem cessar as agressões.
A Secretaria da Segurança Pública informou que o homem possui histórico criminal por ameaça e estupro, e teve sua prisão convertida para preventiva mediante solicitação da Delegacia de Defesa da Mulher. A companheira solicitou uma medida protetiva de urgência, que foi concedida pela Justiça.
A Secretaria da Segurança acrescentou que a mulher recebe acompanhamento do Grupo de Apoio às Vítimas de Violência, da Polícia Militar.
O grupo presta assistência a pessoas que foram vítimas de violência ou estão enfrentando ameaças, justificando a atenção personalizada às necessidades de serviços de segurança para garantir efetivamente seu cuidado e proteção pelo poder público.
Plantão contra violência doméstica
O Grupo de Apoio às Vítimas de Violência disponibiliza um telefone de plantão para denúncias envolvendo vítimas de violência, abrangendo mulheres, idosos, crianças e outros grupos em situação de vulnerabilidade.
Esse grupo especializado está ativo na Capital; em Maracanaú, na RMF; em Itapipoca e Sobral, na Região Norte; e em Juazeiro do Norte e Iguatu, na Região Sul.
Em Fortaleza e na Região Metropolitana, está disponível o Plantão Gavv, com o número (85) 98902-3372, que também funciona via WhatsApp.
Para situações de flagrante, a população deve contatar o 190 da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social.
Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.