A escritora japonesa Rie Kudan, laureada com um dos mais conceituados prêmios literários de seu país, reconheceu que aproximadamente 5% de seu romance foi escrito com o ChatGPT, uma ferramenta de inteligência artificial que, segundo ela, a auxiliou a liberar seu potencial criativo.
A introdução em 2022 do ChatGPT, um robô de inteligência artificial (IA) capaz de redigir uma composição em questão de segundos, suscita inquietações sobre o seu possível impacto em vários setores, incluindo o campo literário.
O mais recente romance da autora, intitulado “Tokyo-to Dojo-to” (Torre da Compaixão de Tóquio, em tradução livre), foi agraciado com o Prêmio Akutagawa na última quarta-feira, 17. O júri afirmou que a obra era “tão perfeita que era difícil encontrar defeitos nela”.
No entanto, durante a cerimônia, Kudan, de 33 anos, confessou que explorou “todo o potencial da IA para escrever este livro” e esclareceu que “cerca de 5%” das frases eram “geradas por IA”.
![Escritora japonesa confirma que parte de seu livro premiado foi escrito por ChatGPT](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/01/2-Escritora-japonesa-confirma-que-parte-de-seu-livro-premiado-foi-escrito-por-ChatGPT.jpg.webp)
A inteligência artificial é um tema frequente no livro de Kudan, cuja narrativa se desenrola em uma Tóquio futurista centrada em torno de uma torre de prisão, projetada por uma arquiteta incomodada com a sociedade.
Kudan explicou que mantinha conversas frequentes com a ferramenta, compartilhando com ela seus pensamentos mais íntimos. As respostas do ChatGPT inspiraram alguns diálogos em seu romance.
A autora expressou seu desejo de manter “bons relacionamentos” com a IA e de “liberar [sua] criatividade” por meio dessa ferramenta.