Ontem à tarde (30), uma advogada e seu cliente foram mortos em Santo Antônio, no Rio Grande do Norte. Eles foram alvejados momentos após saírem da delegacia.
As vítimas são a advogada Brenda Oliveira e seu cliente Janielson Nunes de Lima, de 25 anos, também conhecido como “Gordo da Batata”. Ambos estavam no veículo de Brenda.
Brenda havia conduzido Janielson à delegacia anteriormente para prestar depoimento. Conforme a Polícia Civil, ele foi liberado por falta de provas.
Após deixarem a delegacia, os dois entraram no veículo e partiram, por volta das 15h30. Pouco depois dos disparos, Brenda perdeu o controle do automóvel. O carro ainda colidiu com um ônibus estacionado.
Para os investigadores, os atiradores não tinham como alvo a advogada, mas ela acabou sendo morta por estar no mesmo carro.
Os policiais civis de Santo Antônio suspeitam que o assassinato de Janielson tenha sido uma represália pela morte do vaqueiro João Victor Bento da Costa, de 19 anos.
Os residentes da cidade gravaram vídeos do automóvel onde estavam as vítimas. Uma amiga da advogada ficou desesperada ao vê-la no interior do veículo e suplicou para que não registrassem imagens. O crime causou consternação na população de Santo Antônio, município com 22.117 habitantes, localizado a 75 km de Natal.
O vaqueiro foi morto a tiros na manhã de domingo
Costa estava envolvido em uma vaquejada no Parque Maria Salete, em Santo Antônio, no agreste do RN. Embora estivesse com sua equipe, afastou-se por alguns momentos para atender a uma ligação no celular.
O rapaz encontrava-se no estacionamento quando duas pessoas em uma moto se aproximaram e efetuaram três disparos. Um dos tiros acertou as costas da vítima. O vaqueiro nem teve a chance de ser conduzido a um hospital e faleceu no local.
Na tarde de ontem, a advogada fez uma postagem nas redes sociais, solicitando a remoção do apelido do cliente da legenda de uma transmissão ao vivo feita por um repórter em frente à delegacia.
A sociedade e sua mania de condenar um indivíduo apenas com base no “disse me disse” declarou ela na legenda da postagem.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e a Seccional no Rio Grande do Norte (OAB/RN) expressaram, por meio de nota, terem recebido a notícia com “profunda indignação” e solicitaram à Secretaria de Segurança Pública do Estado o “acompanhamento rigoroso das investigações”.
O crime contra uma advogada em seu exercício profissional, além de uma violência bárbara, é um ataque direto ao Estado democrático de Direito. O Sistema OAB seguirá vigilante para que o crime não caia na vala da impunidade Nota do CFOAB e da OAB/RN.