A Polícia Civil do Espírito Santo confirmou que traficantes executaram a tiros Carolayne Barcelos porque ela se recusou a abaixar os vidros do carro e dar ré na tentativa de fuga no bairro de Divinópolis, em Serra (ES).
No dia do homicídio, o líder do tráfico local ordenou que os criminosos abordassem veículos “suspeitos” após um conflito na região.
O que aconteceu:
A vítima foi abordada por oito traficantes. Em 28 de outubro de 2023, Carolayne participou de um churrasco e, ao retornar para casa à noite com um amigo, foi abordada pelos criminosos, que insistiram para que ela baixasse o vidro do veículo.
Optando por dar ré, o automóvel foi alvejado várias vezes, resultando em sua aceleração e colisão contra o portão da residência de seu pai. Conforme informações policiais, o amigo da vítima ficou ferido.
A polícia afirmou que a vítima não tentou baixar o vidro do carro após a ordem. Inicialmente, cogitava-se a possibilidade de a mulher ter tentado acionar o vidro, que supostamente apresentava defeito, quando foi atingida. Contudo, segundo a polícia, a jovem, diante da situação, entrou em desespero e buscou deixar o local.
Os criminosos não tinham conhecimento da identidade da jovem. Os suspeitos detidos informaram à polícia que, após os tiros, um deles se aproximou para verificar quem era a vítima, sendo apenas nesse momento que os membros do grupo descobriram que se tratava de Carolayne.
Ela era reconhecida no bairro devido ao fato de seu pai possuir um estabelecimento comercial na região.
A jovem foi atingida por disparos no rosto, na parte posterior da cabeça e no tórax. A polícia esclareceu que não foi possível determinar se houve apenas um atirador devido à grande movimentação no local do crime durante o socorro à vítima.
Cinco dos suspeitos foram detidos, enquanto outros quatro continuam em fuga. O líder do tráfico local, Rodrigo Caçador, é um dos foragidos, tendo ordenado a abordagem a “carros e pessoas suspeitas”. A Polícia Civil planeja divulgar os nomes e fotos dos indivíduos procurados.
Os nomes dos detidos não foram divulgados, impossibilitando a busca por declarações da defesa. Além disso, o Ministério Público já apresentou denúncia, tornando os suspeitos réus.
Tráfico divulgou comunicado antes de morte
O tráfico emitiu um comunicado antes do falecimento da jovem. No dia do homicídio, os traficantes locais ordenaram que os residentes removessem as câmeras de segurança voltadas para a rua, alegando que estavam garantindo a segurança da comunidade.
Durante a tarde, os delinquentes chegaram a expulsar um residente da área. Este morador, por não ter removido a câmera de segurança conforme solicitado, teve o equipamento danificado pelos traficantes. Além disso, no final da tarde do mesmo dia, ocorreu um tiroteio na região.
No dia do confronto, o líder do tráfico autorizou o uso das armas ocultas pelos traficantes. O chefe local, conhecido como Rodrigo Caçador, também teria instruído os membros do tráfico a abordar todos os veículos e qualquer pessoa que considerassem suspeitos, como foi o caso da vítima.
Irmã não tem envolvimento com o crime, diz polícia
A linha de investigação relacionada à irmã da vítima não se confirmou. Após o crime, a mãe da vítima, Josefa da Silva, afirmou à TV Gazeta do Espírito Santo que a filha teria sido ameaçada pela própria irmã.
A Polícia Civil examinou essa linha de investigação e concluiu que a irmã não tinha envolvimento no assassinato de Carolayne.
A gente não conseguiu coletar nenhum tipo de indício ou elementos de informação que pudessem nos jogar para que ela [irmã] teria algum tipo de envolvimento ou participação. Então, não existe. Mas aqui a gente não julga ninguém. É uma mãe que estava sentindo uma dor enorme neste momento, que eu nem imagino como deve ser perder um filho Polícia Civil do ES