A delegada titular da Delegacia da Descoberta de Paradeiros (DDPA), Elen Souto, enfatiza que as investigações nunca indicaram que Édson Davi Silva Almeida tenha sido sequestrado.
Ela acrescenta que houve falta de vigilância por parte de Edson dos Santos Almeida, pai do menino de seis anos que desapareceu na altura do Posto 4 da Praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, em 4 de janeiro.
Na noite da última sexta-feira (3), uma ossada encontrada nas proximidades do local onde o menino desapareceu, na Praia da Barra, foi recolhida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada para o Instituto Médico-legal (IML).
Peritos estão examinando os restos mortais para determinar se pertencem ao menino. A família da criança mantém a alegação de que Édson Davi tenha sido sequestrado, uma hipótese contestada pela polícia. Vídeos obtidos pelo portal GLOBO mostram que Édson Davi foi visto pela última vez às 16h46.
“Não há dúvidas que houve falta de vigilância e cautela do pai de Édson Davi. Nem todo corpo afogado aparece, principalmente no mar da Barra. Pode ficar preso em pedras, bem como ser direcionado para alto mar. Da mesma forma, sabemos que a falta de atenção ocorreu em razão do trabalho, pois o pai estava atendendo cerca de 60 pessoas sozinho. Tivemos o acesso das máquinas de cartões e constatamos que, às 17h, horário em que o menino não foi mais visto, todas as barracas estavam fechando as contas. Naquele dia, a barraca dele foi a mais movimentada no trecho da praia”, afirmou a policial.
De acordo com a delegada, no depoimento, o pai de Édson Davi afirmou que, na noite anterior ao desaparecimento, dormiu com o menino na praia e comunicou à mãe que estava cuidando dele. Contudo, as imagens das câmeras revelam que o menino ficou solto, vagando sozinho pela praia até desaparecer.
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O pai alegou na delegacia que, da barraca, não conseguia visualizar o mar devido a um banco de areia à frente e que o mar encontrava-se agitado, com quatro bandeiras vermelhas indicando risco.
Ele afirmou que meia hora antes de perceber a ausência do filho, o menino estava jogando bola com um grupo de turistas estrangeiros.
“Por volta das 17h, o declarante percebeu que não havia mais nenhuma movimentação de bola e pediu para Jeferson (Jeferson do Nascimento da Silva, que trabalha na sua barraca e também foi testemunha) verificar a água. O declarante esclarece que não tinha qualquer visibilidade da água, pois havia um barranco que impedia de ver o mar, razão pela qual solicitou a Jeferson que descesse o barranco para ver o mar; que o mar estava agitado, com vala e bandeira”, conforme consta em um trecho do termo assinado pelo pai de Édson Davi após prestar depoimento.