Desde o sumiço de Édson Davi, há um mês, a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) investiga exclusivamente uma hipótese: afogamento.
Em 4 de janeiro, o menino, de 6 anos, estava brincando nas proximidades da praia do Posto 4, na Barra da Tijuca, quando desapareceu.
Naquela ocasião, os salva-vidas indicaram com bandeiras vermelhas as condições perigosas do mar na área, desaconselhando o banho devido à forte correnteza. A agitação da água também pode explicar por que o corpo de Édson ainda não foi localizado.
Nelson Massini, médico legista, esclarece que, após afogamento, a pessoa pode ser encontrada boiando em até uma semana.
Em situações de mar agitado, a localização pode ser mais desafiadora, uma vez que o corpo pode ser “lançado”, pela força da água, para áreas distantes do local onde as buscas estão sendo realizadas, como em direção ao alto mar.
Quanto mais tempo permanecer na água do mar, ele acrescenta, menores serão as probabilidades de localizar o corpo, uma vez que a água acelera o processo de decomposição.
No dia do desaparecimento, a corrente estava forte e isso pode levar um corpo leve, como de uma criança, para muito longe. Quando mais tempo no mar, mais acelerada será a decomposição, o que pode atrapalhar as buscas e fazer com que o corpo não seja mais encontrado.
![Caso Édson Davi: correnteza pode ter levado corpo de menino longe da praia onde desapareceu, aponta legista](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/02/2-Caso-Edson-Davi-correnteza-pode-ter-levado-corpo-de-menino-longe-da-praia-onde-desapareceu-aponta-legista.jpg.webp)
Família nega afogamento
Os pais de Édson Davi descartam a hipótese de afogamento, argumentando que o garoto não iria para o mar sozinho. Na visão deles, o filho foi sequestrado enquanto estavam trabalhando na barraca próxima ao Posto 4, onde costumavam deixar o menino se divertindo durante o expediente.
Édson Almeida, pai do menino, destaca que não negligenciou a criança em nenhum momento.
Meu coração de pai tem certeza que não foi afogamento. Alguém levou ele e quem conhece a gente também sabe. Eu e minha esposa estamos há um mês sem trabalhar, sem conseguir comer direito, sem conseguir viver, sobrevivendo e cuidando do nosso filho de quase três anos, que é autista e precisa de cuidados especiais. Os barraqueiros já fizeram uma vaquinha para nos ajudar, mas o que queremos mesmo é nosso Davi de volta declarou em protesto no último domingo (4).
Elen Souto, delegada titular da DDPA, assevera não ter dúvidas de que houve negligência por parte do pai durante o expediente na barraca. Conforme ela, não existem indícios de que o menino tenha sido sequestrado.
Não há dúvidas de que houve falta de vigilância e cautela do pai de Édson Davi. Nem todo corpo afogado aparece, principalmente no mar da Barra. Pode ficar preso em pedras, bem como ser direcionado para alto mar afirmou a delegada.