Há exatamente um ano, a jovem Thais Medeiros, de 26 anos, travou uma batalha pela própria vida. Sua mãe afirma que a situação atual está “nas mãos de Deus” e que ela “nunca” superará o episódio.
Em 17 de fevereiro de 2023, Thais sofreu uma parada cardiorrespiratória devido a uma reação alérgica grave ao sentir o aroma de uma conserva de pimenta bode na casa de seu então namorado, em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana.
Ela sofreu um inchaço no cérebro devido à falta de oxigênio, que durou cerca de 15 minutos. Desde então, está passando por tratamentos para lidar com as sequelas. Neste momento, Thais não consegue andar, falar, perdeu parte da visão e enfrenta episódios frequentes de infecções.
Se eu pudesse resumir, foi um ano de luta. Agora, se eu pudesse pedir, eu pediria a Deus a saúde da minha filha de volta, a vida da nossa família de volta. Se eu pudesse, eu trocava de vida com ela, mas só posso dar o meu amor e o meu cuidado de mãe. O que eu puder fazer por ela, eu vou fazer afirmou a mãe de Thais, Adriana Medeiros ao Metrópoles.
Não é fácil. Eu também cuido das filhas dela, mas está nas mãos de Deus. Enquanto isso, eu vou cuidando dela. Eu ‘tô’ dando tudo de mim. Nunca vou superar, ver minha filha linda maravilhosa, que não me dava trabalho, mas só posso lutar para dar o conforto que ela precisa. Algum propósito há nisso continuou Adriana.
Dificuldades do tratamento
Na semana passada, Thais retornou para casa após 83 dias de internação, sendo aproximadamente 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A família da jovem mudou-se para Goiânia para que ela continue recebendo cuidados no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer). Apesar da alta, seu estado de saúde ainda é bastante instável.
Estamos aqui na luta, esperando um home care que já foi garantido pela Justiça, mas está sendo descumprido pela prefeitura de Goiânia. Em casa ela fica bem melhor do que no hospital, mas nós estamos sempre em alerta, porque o estado dela é muito inconstante disse Adriana Medeiros.
Conforme a mãe de Thais relata, apesar de passar por tratamentos e receber acompanhamento de profissionais como fonoaudiólogo e fisioterapeuta, ela nunca foi atendida por vários médicos especialistas, como fisiatra e neurologista.
- Notícias: Mulher envenena o marido após ele “não gostar” da festa de aniversário que ela organizou para ele
Segundo ela, até agora, há apenas opiniões, sendo necessário buscar cada um desses profissionais, o que deve ser realizado e custeado pela própria família.
Adriana relata que a família se empenha em favor da vida de Thais. A mãe, que anteriormente trabalhava em um salão, interrompeu suas atividades para cuidar tanto de Thais quanto de suas filhas, de 9 e 7 anos.
Apenas o marido continua trabalhando, e as despesas com alimentação, medicamentos e terapias são cobertas por meio de uma vaquinha virtual.
Vaquinha ativa
A mãe de Thais relata que a família ainda não dispõe de recursos financeiros para contratar alguém que auxilie nos cuidados com a jovem. Conforme Adriana, a vaquinha é o que contribui para cobrir todas as despesas.
Graças a Deus, apesar de tudo, a gente ‘tá’ recebendo muita ajuda. A vaquinha continua ativa, porque as despesas não param. Agora, a nossa expectativa é bater a meta de R$ 315 mil para compramos uma casa. O dinheiro da vaquinha é todo voltado para a Thais e o tratamento dela, como moramos a vida toda de aluguel, precisamos disso para garantir o conforto que ela precisa declara Adriana.
Conforme a mãe, inclusive os médicos prestam auxílio à jovem:
O médico que faz a neuromodulação, um dos tratamentos que ela teve resultados positivos, abriu mão do pagamento, para que a gente use o dinheiro para comprar uma moradia. Tudo o que tem chegado até nós tem vindo com amor, de bom grado, tudo pelo bem dela. Deus deu essa chance da gente cuidar dela acrescentou.
Relembre o caso
Durante um almoço na residência do namorado, em Anápolis (GO), Thais passou mal ao inalar o aroma de um frasco de pimenta em conserva. O episódio ocorreu em fevereiro de 2023.
Ela foi levada ao hospital após vivenciar uma parada cardiorrespiratória. Na ocasião, Thais permaneceu 20 dias hospitalizada em uma UTI. O diagnóstico revelou um edema cerebral, com lesões irreversíveis.