A Polícia Civil do Rio de Janeiro deteve nesta segunda-feira (26) duas irmãs por tentativa de homicídio contra a própria mãe.
Jessica de Azevedo Celestino, de 21 anos, e Vitória de Azevedo Celestino, de 20, foram surpreendidas em casa durante o sono quando os agentes efetuaram a prisão.
Conforme informações da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Iguaçu, localizada na Baixada Fluminense, a vítima buscou a unidade no último sábado (24) em estado bastante debilitado.
Os profissionais de plantão precisaram solicitar uma ambulância, e somente algumas horas depois a vítima conseguiu prestar depoimento, acompanhada pela mãe, responsável pelo socorro.
A mãe descreveu ter sido conduzida até o quarto pelas filhas, onde sofreu golpes e foi sufocada com um pano na boca e no nariz.
Ela mencionou ainda que Vitória estava rindo da situação, enquanto Jessica a xingava:
Vou te matar, sua filha da p*ta!!!
As agressões pararam somente quando o companheiro ouviu os gritos e foi verificar o que estava ocorrendo.
A vítima também compartilhou áudios recebidos das filhas, contendo ameaças, mesmo após ela ter registrado uma queixa. Desde então, ela permanecia na casa da mãe, que é avó das agressoras.
Delegada vê tentativa de feminicídio
A delegada Mônica Areal, responsável pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Nova Iguaçu, classificou o caso como tentativa de feminicídio.
A lei 13.104, datada de 9 de março de 2015, incluiu o feminicídio como agravante do crime de homicídio e o incluiu na lista dos crimes hediondos.
“Feminicídio:
- VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
§ 2º -A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
- I – violência doméstica e familiar;
- II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher.”
O feminicídio não é só entre homem e mulher, ele também se dá com a mulher sendo autora. Se fosse um filho contra a mãe, não haveria esse questionamento. Existe a relação de afeto, elas vivem na casa da mãe e existe a vulnerabilidade da mãe. Não importa se o autor é homem ou uma autora mulher, o que importa é que tenha uma relação doméstica, familiar esclareceu a delegada.
Feminicídios no RJ
No ano de 2023, o Rio de Janeiro contabilizou 125 mil ocorrências de mulheres que foram vítimas de violência, conforme informações do Instituto de Segurança Pública (ISP).
Os dados indicaram que o estado registrou 111 vítimas de feminicídio, predominantemente mulheres negras. A forma mais comum de crime foi a violência psicológica, totalizando 43.594 casos.
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Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.