Uma advogada criminalista e seu namorado foram assassinados a tiros na madrugada desta quarta-feira (28) em um condomínio em Parnamirim, na região metropolitana de Natal (RN).
O ex-companheiro da mulher, cujo nome não foi divulgado, é o principal suspeito, de acordo com a Polícia Civil.
O que aconteceu
Câmeras de segurança capturaram o ocorrido. As gravações exibem a advogada, identificada como Andréia da Silva Teixeira, de 44 anos, mexendo no porta-malas do carro ao lado do namorado, Lenivaldo César de Castro, de 52 anos, por mais de um minuto.
O atirador saiu de um veículo estacionado a alguns metros do casal. Ele avança na direção de Lenivaldo e Andréia, que chega a dar alguns passos para trás ao perceber a aproximação. Em seguida, a advogada parece proferir algo ao atirador, que dispara contra a mulher.
Depois de atirar contra a vítima, o atirador parece efetuar pelo menos um novo disparo contra Lenivaldo. O criminoso corre, retorna ao carro e foge do local. Toda a ação ocorreu em menos de 30 segundos.
A Polícia Civil está investigando o ocorrido como feminicídio e homicídio, com a apuração a cargo da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa.
O ex-parceiro da advogada é o principal suspeito do crime.
A motivação pode ter sido passional ou seja, motivada por forte emoção ou raiva, explicou a Polícia Civil.
A OAB-RN informou estar monitorando o caso. A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no estado declarou que as primeiras informações não indicam que o crime tenha sido cometido devido à atuação da advogada criminalista.
A OAB/RN repudia veementemente qualquer tipo de violência e se coloca à disposição das autoridades competentes para colaborar com a elucidação rápida do crime escreveu.
As diligências continuam no intuito de localizar o investigado e seguem sob sigilo Polícia Civil do Rio Grande do Norte a Universa.
Advogada postou sobre violência horas antes de ser morta
Poucas horas antes de seu falecimento, Andréia compartilhou uma mensagem no Instagram abordando a violência contra advogados. O texto menciona o caso da advogada Brenda Oliveira e de seu cliente, vítimas de homicídio a tiros após saírem da delegacia em Santo Antônio (RN) no final de janeiro.
O texto também recorda o caso do defensor Rodrigo Marinho, assassinado a tiros nas proximidades da sede da OAB-RJ, na segunda-feira (26), no centro do Rio de Janeiro.
A advocacia, mais uma vez, sendo atingida. Mais uma vez está de luto indica o texto.
O autor da publicação ainda menciona ser “lamentável e revoltante” tais situações. Apesar de compartilhar nos stories, Andréia não fez nenhum comentário sobre a postagem.
Em seguida, a advogada compartilhou detalhes sobre seu trabalho no perfil. Nas postagens, a defensora celebrava a conquista da liberdade de dois clientes.
Quem será o (a) próximo (a)? Minhas condolências aos familiares, amigos e colegas de profissão Texto compartilhado pela defensora.
![Advogada e namorado são assassinados a tiros no RN; ex dela é principal suspeito](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/02/2-Advogada-e-namorado-sao-assassinados-a-tiros-no-RN-ex-dela-e-principal-suspeito.jpg.webp)
Amigos prestam homenagens à advogada
No site frequentado pela advogada, uma homenagem foi dedicada a ela. Amigos expressaram que Andréia era uma “alma que tocou as nossas vidas com sua luz inextinguível”. Acrescentaram que a defensora deixou uma “trilha de amor e compaixão que jamais se desvanecerá”.
Seu sorriso irradiava calor, sua bondade acalmava as tempestades mais furiosas e sua alma compassiva tocava profundamente cada um que teve a sorte de conhecê-la. (…) Você viverá para sempre em nossos corações, como uma estrela guia que nos orienta nas noites escuras de saudade. Descanse em paz, querida amiga, seu amor perdurará para sempre Homenagem dos amigos para a defensora.
Em caso de violência, denuncie
Ao testemunhar um episódio de agressão contra mulheres, entre em contato com o número 190 e faça uma denúncia.
A maioria dos casos de violência doméstica ocorre, geralmente, por parte de parceiros ou ex-parceiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também se aplica a agressões cometidas por membros da família.
Além disso, é possível efetuar denúncias pelos números 180 — Central de Atendimento à Mulher — e Disque 100, que investiga violações aos direitos humanos.