A morte da sucuri-verde (Eunectes murinus) Anajulia, supostamente assassinada a tiros no Rio Formoso, em Bonito (MS), provocou indignação e comoção em todo o país.
Símbolo da fauna sul-mato-grossense, ela era conhecida como a sucuri mais famosa do mundo devido à sua participação em vários documentários da BBC e Nat Geo, além de ter sido tema de várias reportagens nacionais e internacionais.
Nomeada de Anajulia por conservacionistas e profissionais que acompanharam de perto sua vida nas águas de Bonito, a cobra foi encontrada sem vida neste domingo (24).
A notícia da morte foi anunciada para o mundo pelo documentarista Cristian Dimitrius, vencedor do Emmy e conhecido na região por filmar as sucuris do Rio Formoso para documentários.
Embora a informação inicial indique que a sucuri foi morta a tiros em seu habitat natural, vítima de um crime ambiental, a PMA (Polícia Militar Ambiental) de Mato Grosso do Sul afirma não ter recebido oficialmente uma denúncia sobre o caso.
Mesmo assim, ambientalistas indignados e tocados pela morte de Anajulia expressam sua revolta com a situação e clamam por justiça para a serpente, que era um ícone da fauna sul-mato-grossense.
“Estou triste”, desabafa pai das sucuris
A cobra era uma das que o guia e monitor ambiental Vilmar Teixeira convivia em Bonito. Reconhecido e famoso como o “pai das sucuris” da região, ele expressou ao Jornal Midiamax que está profundamente entristecido com o acontecido.
Conforme Vilmar, Anajulia é possivelmente a sucuri que ele informalmente se referia como “Mãezona”, uma das maiores do Rio Formoso. Muitas pessoas estão especulando que a vítima seria “Vovózona”, uma enorme anaconda que habita o mesmo local, mas o guia nega essa possibilidade.
Eu não ser dizer qual delas é, mas é uma das que eu registro sim. Creio que seja a Mãezona disse ele.
“São mais de dez anos fazendo esses registros de preservação, explicando que estes animais não oferecem risco a nenhuma pessoa, estou muito triste pelo ocorrido. Não tenho palavras para descrever essa maldade”, lamenta.