O Comando Militar do Sul divulgou que a meteorologia indica um período de clima estável na maior parte do Rio Grande do Sul de domingo, 5, até terça-feira, 7, o que é visto como “boa notícia”. Contudo, espera-se chuva na segunda-feira, 6, na região mais ao sul do estado.
A preocupação do CMS aumenta com a previsão de um declínio nas temperaturas na quarta-feira, 8, o que pode intensificar casos de hipotermia entre as pessoas que aguardam resgate. O Rio Grande do Sul vive seu mais grave desastre climático, com relatos de localidades isoladas e moradores aguardando socorro nos telhados.
Nas redes sociais, voluntários estão se mobilizando para oferecer veículos, barcos e até jet skis para auxiliar nos resgates em Porto Alegre e áreas metropolitanas. De acordo com as autoridades, o foco principal está no resgate e na entrega de alimentos.
Nosso foco agora passa a ser a distribuição de alimentos e donativos afirmou o comandante militar do Sul, general Hertz Pires do Nascimento, nomeado representante do Ministério da Defesa no estado.
De acordo com o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), 70% da capital gaúcha está desabastecida de água. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), descreveu a situação como um “cenário de guerra”.
A coletiva de imprensa foi realizada com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diversos ministros, e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PDB-MG).
Prejuízos no RS
A CNM calcula que os prejuízos financeiros nas cidades do Rio Grande do Sul atingidas por temporais alcançam R$ 275,3 milhões.
O desastre no Rio Grande do Sul resultou na morte de 78 pessoas, com 105 ainda desaparecidas e 175 feridas. Dos 496 municípios do estado, 341 enfrentaram problemas, impactando aproximadamente 707,1 mil pessoas.
Segundo a CNM, os danos financeiros incluem R$ 59,9 milhões em perdas para o setor público, R$ 99,8 milhões para o setor privado e R$ 115,6 milhões no setor habitacional, com um total de 10,2 mil residências danificadas ou destruídas.
Principais setores públicos afetados:
- Obras de infraestrutura (pontes, estradas, calçamento, drenagem urbana): R$ 29,5 milhões
- Esgotamento sanitário: R$ 7,5 milhões
- Assistência médica emergencial: R$ 6,7 milhões
- Abastecimento de água: R$ 2,1 milhão
- Limpeza urbana e remoção de escombros: R$ 2,1 milhões
- Sistema de ensino: R$ 1,5 milhão
- Sistema de transporte: R$ 1,4 milhão
- Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 1,4 milhão
Os principais setores privados afetados são:
- Agricultura: R$ 71,4 milhão
- Indústria: R$ 11,2 milhões
- Pecuária: R$ 9,3 milhões
- Comércios locais: R$ 5,3 milhões
- Demais serviços: R$ 2,6 milhões