Gislaine, prestes a completar 40 semanas de gestação, foi resgatada de barco, passou a noite em uma academia, foi encaminhada a um abrigo e deu à luz Tyson, quase 72 horas depois.
Na sexta-feira passada, Gislaine de Oliveira Carlos, de 25 anos, dona de casa, e seu marido, Pierry Silva, de 23, auxiliar de obras, foram notificados sobre a necessidade de deixar sua residência no bairro Harmonia, em Canoas, Rio Grande do Sul, devido às inundações.
Tínhamos feito o quartinho para ele e, com as chuvas e a água só subindo, a única coisa que eu pedia a Deus era: espera mais um pouco. Mas não dava. Na segunda-feira, induzimos o parto normal por quase um dia. Não conseguimos e então partimos para a cesárea. Foi muito dolorido. Mas agora só o que penso é que ele é um pontinho de luz e esperança em meio ao caos e ao desastre Gislaine se emociona comentando
Na noite de domingo, o casal e seu filho mais velho, Kalel, de 4 anos, chegaram à Associação dos Auditores-Fiscais da Receita Estadual (Afisvec), que transformou sua sede social em um centro de acolhimento para mais de 150 vítimas das enchentes.
Lá, a dona de casa recebeu cuidados médicos de voluntários e foi encaminhada ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Tyson nasceu saudável, pesando 2.830kg e medindo 48cm.
![Mulher resgatada de barco em casa submersa dá à luz no RS: "Nosso pontinho de esperança em meio ao caos" Mulher Resgatada De Barco Em Casa Submersa Dá À Luz No Rs: &Quot;Nosso Pontinho De Esperança Em Meio Ao Caos&Quot;](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/05/mulher_luz_tyson.jpg)
Nossa casa ainda continua debaixo d’água e a previsão que recebemos é que demoraria pelo menos um mês para voltarmos para lá. Diante de tantas adversidades, até que está tudo dando certo. Nessa confusão toda que passamos, Kalel ainda conseguiu comemorar por estar andando de barco pela primeira vez
O jornal “Zero Hora” divulgou o nascimento de Tyson. O presidente da Afisvec, Eduardo Jaeger, foi informado sobre a situação da família pela irmã de Gislaine, que trabalha na associação.
Após ficarem ilhados em um sobrado, desprovidos de água, comida e banho, foi organizada uma operação de resgate para buscá-los às margens da Rodovia do Parque (BR-448).
As jornadas têm sido longas por aqui. Em contato com a prefeitura, decidimos abrir nosso ginásio para receber os desabrigados. Atualmente temos mais de 60 voluntários trabalhando conosco e, apesar de todo o esforço, chegamos a ficar, por exemplo, quase dois dias sem água para uso nos banheiros, o que nos emociona demais. Então a chegada do recém-nascido traz um alento em nossos corações nesse momento de tanta dor e ânimo de que em algum momento a vida vai voltar ao normal por aqui conclui