No último domingo, em Santa Teresa, centro do Rio de Janeiro, uma criança de 7 anos foi atacada por um pitbull. Enquanto retornavam para o lar na Rua Áurea, Agatha Brenda e sua mãe, Rosilda Maria dos Santos, foram surpreendidas pelo cão, que, solto e sem focinheira, escapou do controle de seu dono e atacou a menina.
Agatha foi ao chão e sofreu mordidas no peito, cintura, costas e nádegas. Ela precisou ser encaminhada ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, de onde recebeu alta na terça-feira.
A situação provocou a indignação de pessoas que presenciaram o ocorrido. O dono do cachorro, após deixar o local brevemente, voltou portando uma faca.
Durante um patrulhamento nas proximidades, policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) foram alertados e conseguiram deter o homem. A arma foi confiscada pelos oficiais.
Passou um monte de coisa na minha cabeça. A Agatha está bem, mas cheguei a imaginar o pior declarou Rosilda, em entrevista ao Bom Dia Rio.
O responsável pelo cão foi conduzido à 7ª DP (Santa Teresa), onde foi registrado um termo circunstanciado por lesão corporal culposa, omissão de cautela na guarda ou condução de animais e porte de arma. O caso segue agora para o Juizado Especial Criminal (Jecrim).
De acordo com a Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa, não é a primeira vez que incidentes envolvendo o dono do animal e seu pitbull ocorrem na região.
Um dia antes do ataque envolvendo Agatha, já haviam ocorrido problemas na mesma área devido a um ataque do mesmo cão a uma pessoa em situação de rua, que os moradores chamam de “Soninha”.
Esta idosa que está sempre presente na região, sofreu ferimentos no antebraço causados pelo animal. Adicionalmente, moradores relatam que, em outras ocasiões, o cachorro atacou cães menores. Eles também apontam que o animal tem sido vítima de maus-tratos.
Olha, esse homem já é uma personalidade complicada faz tempos. Nós acompanhamos as confusões com ele há anos e depois que ele apareceu com esse cachorro a coisa não mudou. Infelizmente, dá para ver ele realizando maus-tratos com o animal e deixando o cão agressivo, então não surpreende haver diferentes casos envolvendo os dois relata um dos vizinhos da Rua Terezina.
Outros casos de ataque de pitbull
![Criança de 7 anos é atacada por pitbull sem focinheira em Santa Teresa, no centro do Rio](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Jamiro_Coelho_Ferreira_ataque.jpg)
No último dia 11, Jamiro Coelho Ferreira, de 77 anos, faleceu após ser atacado por uma pitbull na Fazenda Caracol, situada no distrito de Raposo, área rural de Natividade, em Itaperuna, no Noroeste do Rio de Janeiro. Jamiro trabalhava na fazenda há uma semana, e uma de suas responsabilidades era alimentar o animal.
Em um incidente separado no dia 5 de abril, a escritora Roseana Murray, de 73 anos, sofreu um ataque brutal por três pitbulls durante sua caminhada matinal em Saquarema, na Região dos Lagos. No ataque, ela perdeu um braço e uma orelha.
Os responsáveis pelos cães, Davidson Ribeiro dos Santos, Kayky da Conceição Dantas Pinheiros e Ana Beatriz da Conceição Dantas Pinheiro, estão sendo processados por abuso e maus-tratos aos animais.
![Criança de 7 anos é atacada por pitbull sem focinheira em Santa Teresa, no centro do Rio](https://osegredo.com.br/wp-content/uploads/2024/05/Roseana_Murray_ataque.jpg)
Após o incidente com Roseana Murray, Luiz Ramos Filho, presidente da Comissão de Defesa dos Animais da Câmara Municipal do Rio, declarou que o número de denúncias relacionadas a cães agressivos tem aumentado significativamente:
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É preciso que os tutores tenham consciência e não ponham a vida de ninguém em risco. A lei determina que os cães que apresentam ferocidade devem sair de focinheira e na guia. É lei e a lei tem que ser cumprida. Eu faço um apelo para que as autoridades policiais fiquem atentas e ajam preventivamente, que tomem as devidas providências ao ver um animal feroz sem a focinheira. Cão feroz não pode passear sem equipamento de segurança, não se pode botar a vida de ninguém em risco. Mais que uma questão de bom senso, é o que determina a lei.
O que diz a lei
Muitos ataques envolvendo cães agressivos são resultado da não observância da lei estadual 4.597 de 2005, que exige que cães considerados perigosos sejam conduzidos em locais públicos com guias e enforcadores apropriados.
A falta de fiscalização adequada faz com que essa regulamentação seja frequentemente ignorada nas ruas do Rio.
A legislação também se estende a raças como fila, doberman e rottweiler. Tais animais precisam ser acompanhados por indivíduos maiores de 18 anos em espaços públicos como ruas, praças e jardins.
Os donos ou condutores desses cães são legalmente responsáveis por quaisquer danos causados pelos animais sob sua tutela, estando sujeitos a penalidades legais e criminais.
É crucial, segundo especialistas, compreender as características específicas de cada raça antes de decidir pela adoção.
Além disso, a maneira como os animais são criados pelos seus tutores influencia diretamente no comportamento deles, destacando a importância do adestramento, especialmente para raças de grande porte que requerem cuidados redobrados.