Na última sexta-feira (17/5), o adolescente de 16 anos que matou os pais adotivos e a irmã, na Vila Jaguara, zona oeste de São Paulo, afirmou à polícia não se arrepender do crime e que “faria novamente”, durante o depoimento. O crime ocorreu dentro da residência da família.
De acordo com o relato do jovem à polícia, os desentendimentos com os pais eram frequentes e, na véspera do crime, eles o chamaram de “vagabundo”.
O adolescente já havia considerado matar os pais anteriormente, decidindo executar o plano após ter seu celular “confiscado”.
Ele relatou que o pai e a irmã foram mortos por volta das 13h de sexta-feira. Após o crime, ele almoçou ao lado do cadáver do pai e foi à academia. A mãe foi assassinada horas depois, por volta das 19h, quando chegou do trabalho.
Durante o final de semana, convivendo com os corpos dos familiares, o adolescente seguiu sua rotina normalmente.
No sábado (18/5), um dia após os homicídios, ele pegou uma faca na cozinha e a cravou nas costas da mãe, ainda movido pela raiva de tê-la perdido o celular.
A arma do pai
A pistola Taurus 9mm utilizada pelo menor de idade pertencia ao pai, um guarda civil metropolitano em Jundiaí, interior de São Paulo. Antes de cometer o crime, na manhã de sexta-feira, o garoto foi até o local onde a arma ficava escondida e fez testes com ela, atirando contra um colchão.
Em seguida, aguardou a chegada do pai, que tinha ido buscar a irmã na escola. O homem levou um tiro na nuca enquanto se debruçava sobre a pia da cozinha. Já a irmã foi morta logo depois, no andar superior da casa. A mãe morreu horas depois, também na cozinha.
O adolescente infrator passou todo o fim de semana ao lado dos corpos até ligar para a Polícia Militar, na madrugada desta segunda-feira (20/5), e se entregar. Ele recebeu os policiais, mostrou onde estavam as vítimas e confessou o crime.
Após ser ouvido no 87º Distrito Policial, o adolescente foi encaminhado para a Fundação Casa.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado como ato infracional de homicídio – feminicídio; ato infracional de posse ou porte ilegal de arma de fogo e ato infracional – vilipêndio a cadáver.