Isabelly Ferreira Moro, de 23 anos, que sofreu um ataque com soda cáustica em Jacarezinho, norte do Paraná, já está respirando sem ajuda de aparelhos e se comunicando com seus familiares.
O que aconteceu
Isabelly não está mais intubada, porém permanece na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) do Hospital Universitário de Londrina, conforme informações confirmadas pela mãe da vítima, Regiane Ferreira, ao site UOL.
Ela está se comunicando com sua família.
Está muito bem, conseguiu tomar banho hoje, mas está na UTI devido aos ferimentos internos na boca, disse Regiane.
Suspeita de jogar soda cáustica em jovem foi presa
A mulher suspeita de cometer o crime foi detida na manhã desta sexta-feira (24). Ela justificou o ato por ciúmes.
A suspeita admitiu o ataque durante interrogatório policial, conforme relatado pelo 2º BPM.
Ela informou aos policiais que a substância lançada na vítima era uma mistura de soda cáustica com água, e indicou onde adquiriu o produto – o hidróxido de sódio, uma base e não um ácido. Antes, a polícia havia relatado que o ataque foi feito com ácido, mas a informação foi corrigida pela Polícia Civil após a detenção.
A motivação do ataque foi ciúmes, segundo a suspeita. De acordo com a polícia, ela afirmou ter atacado Isabelly por esta ter tido um relacionamento com um ex-namorado dela.
Disse que agiu por ciúmes, e que acidentalmente manuseou o celular do seu parceiro [que anteriormente teve um envolvimento com Isabelly]. Claro, o celular estava na casa da mãe dele, pois ele está preso, e ali ela viu algumas mensagens que supostamente Isabelly enviou, fazendo comentários depreciativos sobre ela e sua aparência, declarou o delegado Tristão Antônio.
A agressora comprou o material dez dias antes do crime. Ela relatou à polícia que agiu sozinha, mas a Polícia Civil ainda investiga se houve cumplicidade de outras pessoas.
Ela também monitorou a rotina da vítima.
Quando Isabelly saiu da academia, a suspeita lançou a substância e fugiu. Durante a fuga, descartou as roupas, que foram apreendidas hoje pela manhã em diligências da Polícia Civil. A peruca loira, óculos, um boné e uma luva, usada para proteção durante o ato, além de uma camiseta vermelha, foram recolhidos, informou.
Como a polícia localizou a suspeita
As investigações se beneficiaram de gravações de câmeras de segurança.
Cerca de 15 pessoas, entre amigos e familiares da vítima, foram ouvidas ontem aqui na delegacia, sobre quem poderia ter cometido esse crime, explicou a delegada.
Na tarde de quinta-feira (23), a família da suspeita registrou um boletim de ocorrência sobre seu desaparecimento.
Relataram que ela havia sumido, não retornava para casa desde o dia do crime, o que era atípico, pois ela era muito cuidadosa com os filhos, acrescentou.
O delegado detalhou que as buscas começaram na residência da suspeita. Lá, encontraram as roupas e a peruca usadas no dia do crime.
A avó [da suspeita] foi questionada e mencionou que a neta havia levado uma das perucas na manhã anterior ao crime, revelou.
A mulher estava escondida em um matagal desde o dia do ataque. A Polícia Militar relatou que ela foi localizada após pedir ajuda no estacionamento de um hotel local, apresentando uma história incoerente de ser perseguida por homens.
O caso
As câmeras de segurança capturaram o momento do ataque em uma rua movimentada. Isabelly foi socorrida por transeuntes e levada a um pronto-socorro.
Policiais militares foram chamados ao hospital. No local, apenas conversaram com os enfermeiros, já que Isabelly não podia relatar o ocorrido.
Os agentes também estiveram no local do ataque. Eles coletaram imagens de segurança, recolheram um copo e uma sacola, supostamente usados no ataque, e os encaminharam para a delegacia da Polícia Civil.
A pessoa estava disfarçada com peruca loira. A delegada Caroline Fernandes, responsável pelas investigações, declarou que a pessoa que aparece nas imagens atirando a substância no rosto de Isabelly usava roupas pretas e peruca loira.
Ontem, por volta das 13h10, na Alameda Padre Magno, no centro da cidade, uma pessoa disfarçada, usando uma peruca loira e roupas pretas, encontrou Isabelly Ferreira e lançou contra seu rosto, sua boca, uma substância corrosiva, causando ferimentos graves, disse Caroline Fernandes.
A Polícia Civil imediatamente começou a investigar, localizando câmeras pela cidade e arredores. Essa suspeita foi vista em diversos lugares da cidade antes de atacar Isabelly com a substância corrosiva. Continuamos trabalhando com as denúncias. A Polícia Civil está empenhada. Já ouvimos 15 pessoas sobre essa tentativa de homicídio. Quem tiver qualquer informação, por favor, entre em contato com a polícia. Garantimos a confidencialidade, concluiu Caroline Fernandes.