O latido incessante da cachorra Moana alertou que ela havia encontrado o que procurava. Infelizmente, era o corpo de uma criança vítima das enchentes no Rio Grande do Sul.
Integrante do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Moana forma uma equipe com o cabo Thiago Amorim, conhecidos como binômios.
Apesar da tristeza da situação, o objetivo deles é proporcionar algum conforto às famílias que enfrentam a angústia de ter um ente querido desaparecido.
Com certeza, uma perda irreparável para essa mãe. O que consola é saber que conseguimos devolver a criança, para que ela possa se despedir e dar uma partida digna diz Amorim
Moana, uma labradora de cinco anos de idade, foi treinada desde o nascimento para auxiliar em operações de busca por pessoas, estejam elas vivas ou não.
Certificada aos um ano e meio, ela começou a trabalhar. Quando chegou ao Rio Grande do Sul, sua missão era vasculhar uma área de sete mil metros quadrados, na cidade de Cruzeiro do Sul, em busca de pai e filha.
A família foi surpreendida pela rápida elevação da água. A mãe passou dois dias em uma torre de alta tensão para se salvar.
Em apenas 25 minutos de busca, Moana indicou onde estava a menina de 11 anos.
Logo no início da busca ela identificou o odor que foi treinada para localizar e se manteve muito interessada na área, farejando minuciosamente cada espaço até o momento em que botou o focinho em uma fenda nos entulhos e começou a latir para me avisar que havia localizado a vítima relata o militar
Foi necessário escavar metros de entulhos que cobriam o corpo. Moana e os bombeiros ficaram sete dias no estado gaúcho para prestar esse tipo de ajuda. O pai não foi encontrado por eles.
É um momento único na nossa carreira. Por mais que seja algo doloroso para a família, uma situação muito triste, mas nós treinamos e nos dedicamos diariamente para dar essa resposta à sociedade.
Então, naquela situação, somente um cão poderia localizar essa criança destaca o bombeiro.
Vídeo mostra momento que Moana encontra vítima
Parceria duradoura
Moana e Amorim trabalham juntos há cinco anos, ambos lotados no batalhão em Navegantes, no Litoral Norte de Santa Catarina.
Ela é considerada parte da família e convive com ele em casa. A cachorra tinha apenas 45 dias quando foi morar com o parceiro, e um ano e meio depois, passou pela prova de certificação, sendo autorizada a participar de operações.
Desde então, o binômio já enfrentou grandes ocorrências, como o deslizamento de terra em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
A missão deles simboliza a conexão entre cão e homem.
Eu costumo falar que cães transformam pessoas e em diversos contextos isso acontece. O meu trabalho com a Moana começou de uma maneira que ela transformou a minha vida. Eu busquei ser um profissional melhor, me dedicar ainda mais. E o fato de ela localizar as pessoas transforma também as vidas das pessoas que estão angustiadas esperando seus entes queridos retornarem para casa ou até mesmo conseguirem dar um desfecho destaca o cabo