A menina Sophia Ângela Veloso da Silva, de 11 anos, foi encontrada morta na terça-feira na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.
Na manhã seguinte, a família foi ao Instituto Médico-Legal (IML). Paulo Sérgio da Silva, pai de Sophia, chegou ao local às 10h40 e expressou seu luto profundo:
— Estou destruído. O que ele fez com essa garota… ele não merece perdão. Todo mundo amava a minha filha. Eu estou arrasado. Arrancou uma parte de mim. Ela falava todos os dias que me amava — disse.
Fora do IML, Paulo Sérgio revelou que não quis ver o corpo da filha, preferindo preservar a memória de seus momentos felizes. Ele também relembrou as últimas conversas com Sophia, cujas palavras de amor ressoavam constantemente:
— Acho que foi uma das piores coisas que eu fiz, porque fiquei ouvindo a voz dela, tão inocente. Ela falando “pai, eu te amo”. Ela falava todo dia que me amava — relatou, visivelmente abalado.
Dois dias antes do crime, Sophia voltou para casa exibindo suas boas notas escolares, o que a enchia de orgulho. Paulo a apoiava em seus estudos de inglês e na aspiração de se tornar estilista:
— Ela era uma menina muito intensa, inteligência pura! O sonho dela era ser estilista. Ela chegou em casa toda orgulhosa e agradeceu pelo tempo que passei com ela, ajudando a estudar.
Suspeito Preso
Edilson Amorim dos Santos Filho, conhecido como Júnior, ex-cunhado de Paulo e suspeito do crime, foi preso. Ele foi identificado por filmagens no dia 27 de maio, mostrando Sophia a caminho da escola, capturada pelas câmeras às 7h da manhã. A família contou ao g1 que era rotina ela ir à escola acompanhada de amigas.
Paulo Sérgio acredita que Edilson explorou o carinho de Sophia pela ex-companheira do pai para atrair a menina. Edilson está detido e foi autuado por homicídio qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver, aguardando a audiência de custódia.
Desaparecimento de Sophia
O desespero tomou conta de Paulo Sérgio na tarde de segunda-feira, quando saiu à procura da filha, que desaparecera após sair para a Escola Municipal Belmiro Medeiros com suas amigas às 7h e não ter sido vista desde então. A escola informou que ela não chegou a comparecer, e as câmeras de segurança confirmaram que ela foi abordada pelo agressor.
Júnior foi capturado pela polícia na casa de sua mãe, onde confessou o crime, detalhando ações como tocar na menina e matá-la para evitar que ela revelasse o ocorrido. A faca usada no crime foi apreendida, e vestígios de sangue foram encontrados em sua residência. Ele planejou meticulosamente como ocultar o corpo, que foi deixado em uma caçamba de lixo.
Outras Vítimas
Após a divulgação do crime, outras vítimas de Edilson vieram a público, como declarou o delegado Felipe Santoro da 37ª DP. Uma sobrinha de Edilson relatou na delegacia ter sido abusada por ele seis anos atrás, aos 16 anos, mas o crime não foi registrado na época para proteger a avó idosa da família.
Edilson possui antecedentes criminais, incluindo uma acusação de ameaça feita por uma ex-namorada em 2005 e uma prisão por falta de pagamento de pensão alimentícia em 2015.