Após sua performance no festival Coachella, Ludmilla enfrentou uma nova controvérsia.
A artista, de fé evangélica, foi criticada por exibir um vídeo durante seu show com a frase “Só Jesus expulsa o tranca-rua das pessoas” e a cena de uma oferenda sendo esmagada.
O vídeo fazia parte de uma série de projeções mostrando diferentes aspectos da vida nas favelas, incluindo danças, soltura de pipas, ônibus em chamas e conflitos nas ruas.
Na cultura de religiões afro-brasileiras como a umbanda e o candomblé, Tranca-Rua, ou Tranca-Ruas, refere-se a um conjunto de entidades encarregadas de proteger e purificar os caminhos.
Essas entidades são geralmente associadas às cores branco, preto e vermelho e são frequentemente representadas carregando um tridente, o que levou a interpretações errôneas por parte de alguns cristãos, que as veem como figuras malignas.
Tranca-Rua, um Exu da linha de Ogum, é conhecido por guiar espíritos perdidos. Ele e sua falange trabalham nas ruas e encruzilhadas para proteger os mais vulneráveis e ajudar espíritos que têm dificuldades em deixar o plano terreno, detalha Alan Kardec Marques, líder do Terreiro Recanto de São Jorge, em Goiás.
Esta missão valorosa é fundamental para a evolução espiritual e o equilíbrio universal. Em nossos terreiros, as ações dos Exus são influenciadas pela moral dos líderes e médiuns, e a escolha do frequentador é crucial. É essencial selecionar locais que promovam o bem e a caridade, adiciona.
Polêmica
Neste domingo (21/4), um segmento do show foi destacado por internautas que condenaram a exibição da frase por Ludmilla.
A pessoa é preta, lésbica, funkeira, defende essas causas e ainda comete esse erro com a religião alheia… foi lamentável!, comentou um usuário no X (ex-Twitter).
Vocês realmente vão ignorar essa intolerância religiosa?, indagou outro.
Ludmilla rapidamente respondeu através das redes sociais, explicando que não pretendia ofender as religiões afro-brasileiras.
Quando eu falei que teriam que se esforçar para falar mal de mim, não imaginei que chegariam a tanto, disse ela.
Hoje, retiraram de contexto uma das cenas do vídeo de ‘Rainha da Favela’ que mostra várias realidades onde vivi por muitos anos, tentando redefinir seu significado e me colocar numa posição totalmente contrária à minha, esclareceu.
‘Rainha da Favela’ retrata a favela onde cresci de forma direta e sem maquiagem, um lugar cheio de desafios, incluindo genocídio, violência policial e miséria. Essa é a dura realidade de quem enfrenta a vida nesse contexto, mas segue lutando sem desistir. E isso implica em encarar as adversidades do dia a dia, continuou.
Ela enfatizou que seu objetivo era apenas mostrar a verdade sobre a favela.
Meu show começa com uma mensagem clara, sem deixar dúvidas sobre seu conteúdo. A seguir, mostro a realidade que precisa ser discutida, uma favela autêntica, distante dos clichês turísticos de festas e superficialidade. Minha missão é trazer a verdade à tona, destacou.
Encerro com o céu repleto de pipas douradas, simbolizando a esperança que desejo inspirar em todos que vivem essa realidade. Esse vídeo foi criado por uma videomaker negra e da periferia, trazendo um ponto de vista de quem realmente conhece, concluiu.
1 comentário
Morei em favela, a polícia sempre fez o seu trabalho corretamente, nasci em São Paulo e me criei lá.
Nunca vi nada que desabonasse a polícia, muito pelo contrário, sempre foram honrados em tudo, arriscando as suas próprias vidas, para nos defender.
Deixando suas casas, famílias, e nem sequer era garantia de voltar pro lar após saírem de suas casas.
Acho inválido e baixo o que essa mulher diz, defende b@ndido, pra mim não tem valor!